(Reuters) – A Rússia e a Ucrânia se acusaram mutuamente nesta quarta-feira de violar um novo acordo para evitar ataques a alvos de energia, horas depois de ter sido acertado entre os presidente norte-americano, Donald Trump, e russo, Vladimir Putin.
Mas a troca de prisioneiros, apresentada como uma medida de construção de confiança, foi levada adiante, e Trump deu sequência ao telefonema de terça-feira com Putin com um telefonema nesta quarta-feira com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, dizendo depois que “estamos muito bem encaminhados”.
Trump disse que seu “telefonema muito bom” com Zelenskiy durou uma hora, a primeira conversa entre eles desde que uma reunião no Salão Oval se transformou em uma discussão aos gritos em 28 de fevereiro.
A conversa se deu após o telefonema de terça-feira com Putin e teve como objetivo “alinhar a Rússia e a Ucrânia em termos de suas solicitações e necessidades”, publicou Trump na mídia social.
Durante a ligação de Putin com Trump na terça-feira, o líder russo rejeitou uma proposta de cessar-fogo total de 30 dias, que havia sido solicitada por Trump e previamente aceita pela Ucrânia. Mas Putin concordou em fazer uma pausa nos ataques à infraestrutura de energia, uma proposta que Zelenskiy aceitou.
Essa pausa definida de forma restrita parecia, no entanto, estar em xeque nesta quarta-feira, com Moscou afirmando que a Ucrânia atingiu um depósito de petróleo no sul da Rússia, enquanto Kiev disse que a Rússia havia atingido hospitais e casas, além de ter cortado a energia de algumas de suas ferrovias.
Ainda assim, os dois lados anunciaram que haviam realizado uma troca de prisioneiros, cada um liberando 175 soldados em um acordo facilitado pelos Emirados Árabes Unidos. Moscou disse que também libertou outros 22 ucranianos feridos como um gesto de boa vontade.
Zelenskiy disse nesta quarta-feira que os ataques contínuos mostravam que as palavras de Moscou não correspondiam às suas ações e que a Rússia não estava pronta para a paz. Ele disse que os Estados Unidos deveriam ser encarregados de monitorar qualquer cessar-fogo.
“Se os russos não atacarem nossas instalações, nós definitivamente não atacaremos as deles”, disse ele em uma reunião em Helsinque ao lado do presidente da Finlândia.
O Kremlin disse que havia cancelado os ataques planejados à infraestrutura de energia da Ucrânia, inclusive com a derrubada de sete drones russos em direção à Ucrânia. O governo russo acusou Kiev de não ter cancelado seus próprios ataques, no que chamou de tentativa de sabotar o acordo.