Em apresentação a investidores divulgada em seu site, a Vale detalha qual será sua nova estrutura acionária caso aprovada a incorporação da Valepar pela companhia, última etapa de implementação do novo acordo de acionistas divulgado nesta segunda-feira, 20, pela mineradora. A operação envolveu os acionistas controladores reunidos nesta segunda na Valepar: Litel Participações, Litela, Bradespar, Mitsui & Co e BNDESPar. Entre outras coisas, a Vale passará a ter apenas uma classe de ações (ON). A fase de transição do acordo passa a vigorar a partir de 10 de maio de 2017, com validade de seis meses. Após a conclusão dos trâmites previstos e com a incorporação da Valepar, os acionistas deverão celebrar um novo acordo com o objetivo de adequar a governança da Vale à sua nova estrutura societária, então sem controle definido e com a companhia já no Novo Mercado. Batizado de Acordo Vale, ele vinculará apenas 20% das ações ordinárias emitidas pela Vale e valerá até 9 de novembro de 2020. De acordo com a apresentação, a estrutura acionária pós-incorporação da Valepar prevê que a mineradora passe a ter um free float de 58,11% de suas ações ordinárias (ON). Os atuais acionistas da Valepar terão um incremento de 10% em sua posição acionária e ficarão com 36,73% do capital total, sendo 21,33% da Litel – veículo que reúne os fundos de pensão – 6,41% da Bradespar e 5,51% da Mitsui. A BNDESPar terá 5,16% do capital total, além de 3,48% referentes a sua presença na Valepar. Já a Eletron terá 0,01%. No documento, a Vale destaca que o novo acordo só terá reunião prévia de acionistas controladores em matérias de quórum qualificado e quando a reunião for convocada. Hoje, a reunião prévia de acionistas da Valepar é obrigatória para matérias levadas ao conselho de administração e assembleia-geral de acionistas. Além disso, a deliberação prévia vincula o voto. Na nova estrutura, as matérias de quórum qualificado terão que ter presentes 75% das ações vinculadas ao acordo de acionistas na reunião prévia. Na apresentação, a Vale conclui que, dessa forma, a administração da companhia terá mais independência quando não houver mais controle definido. A Vale também frisa que o acordo promove um alinhamento de interesses entre diferentes grupos de acionistas e os administradores (diretoria e conselho) da mineradora. A companhia também avalia que a criação de uma classe única de ações trará mais liquidez para os acionistas da Vale, que passarão a ter os mesmos direitos e benefícios.