Lula é mestre em muita coisa e, a meu ver, no que não presta. Exemplos: mentiras, promessas jamais cumpridas, traições políticas. Mas uma habilidade, em especial, salta aos olhos: transferir suas culpas e responsabilidades. Sim, o chefão petista é insuperável na matéria. Nada é culpa dele, ou melhor, tudo é culpa dos outros.

Dias atrás, em uma reunião ministerial, deu um pito público em seus ministros, cobrando deles mais trabalho e empenho na defesa das pautas de interesse do governo. Recentemente, mais bronca, desta vez em Fernando Haddad que, segundo o pai do Ronaldinho dos negócios, deveria ler menos e trabalhar mais.

Outro que levou uma lapada daquelas foi o vice-presidente Geraldo Alckmin. O chefe do executivo disse que seu atual aliado (que na eleição retrasada afirmou: “o ladrão quer voltar à cena do crime”) precisa conversar mais com os deputados. E esta quinta-feira (2), sobrou para o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Márcio Macêdo.

Após o fiasco do evento de Primeiro de Maio, organizado pelas centrais sindicais, o ex-tudo (ex-corrupto, ex-condenado, ex-presidiário…) culpou seu ministro pelo que chamou de “má convocação”. Lula se irritou pela baixíssima presença de público, acreditando que não é falta de popularidade a causa, mas falta de divulgação adequada.

O que o petista finge não saber, para culpar terceiros, é que já não atrai multidões. Aliás, nem grande público seduz mais. Lula venceu as eleições passadas, por mínima margem de votos, não porque é querido, mas porque é menos odiado que o patriarca do clã das rachadinhas e mansões milionárias compradas com panetones de chocolate.

Aliás, para seu profundo desgosto, o ex-verdugo do Planalto, Jair Bolsonaro, ainda mobiliza manadas – ops! – imensas em seus atos, basicamente porque conectado com seu eleitorado raiz, algo que o ex-morador da PF de Curitiba não consegue mais, chova ou faça sol, culpe quem ele quiser culpar. Simples assim.