O Denver Nuggets busca consumar mais uma virada em uma desvantagem de 3 a 1 nos playoffs da NBA. Após eliminar o Utah Jazz, o time do Colorado forçou o sétimo e decisivo jogo contra o Los Angeles Clippers pela semifinal da Conferência Oeste. A esperança da equipe em ir à final tem nome e sobrenome: Nikola Jokic.

O pivô de 2,13 metros registra números impressionantes nos playoffs. São 26,1 pontos, 9,9 rebotes e 5,5 assistências de média, em 37,5 minutos em quadra. O aproveitamento na bola de três pontos é ainda mais incrível: 46,3%.

Apenas na série contra os Clippers, de Kawhi Leonard, Jokic, que recebeu o apelido de Joker (Coringa), tem 25,8 pontos, 12 rebotes e 5,5 assistências, além de 1,2 tocos por partida. No jogo 6, quando o Denver precisava da vitória para sobreviver, o sérvio anotou 34 pontos, pegou 14 rebotes e ainda deu sete assistências no triunfo por 111 a 98.

A fase exuberante tem uma explicação fora de quadra. Jovic aproveitou o período de paralisação da temporada por causa da pandemia do novo coronavírus para dar um salto necessário na carreira. Para assumir o papel de protagonista da equipe, o pivô realizou um trabalho para emagrecer e ganhar mais massa muscular.

Jokic cortou 13kg. O pivô, que pesava 128kg no início da temporada da NBA em outubro de 2019, agora está com 115kg. O trabalho teve participação direta do brasileiro Felipe Eichenberger, competente preparador físico, que trabalha na comissão técnica do Denver, que não dá detalhes do processo de emagrecimento. “Ele está com abdômen definido. Eu nunca vi ele com um abdômen assim antes”, disse Tim Connelly, presidente da franquia, à época, quando recebeu uma foto do jogador sem camisa.

Mas o período de (quase) quarentena não foi apenas positivo para Jokic. O pivô testou positivo para covid-19 quando resolveu ir acompanhar o Adria Tour, na Sérvia. O torneio organizado pelo compatriota Novak Djokovic virou um foco de disseminação do novo coronavírus e gerou um pedido de desculpas do tenista.

Antes de saber da contaminação, Jokic postou fotos com o compatriota, sem máscara de proteção, nas redes sociais. Assintomático, o pivô se recuperou da doença, voltou aos Estados Unidos e agora está brilhando nos playoffs, que estão sendo disputados no complexo da Disney, o ESPN Wide World of Sports, na Flórida. A “bolha” da NBA.

Os companheiros não têm dúvida de que o caminho para enfrentar o Los Angeles Lakers, de LeBron James, na final da Conferência Oeste, passa pela atuação do pivô. “Ele está conseguindo arremessar saltando para trás, numa perna só, com a mão do adversário em seu rosto em diversas vezes. Eu diria que ele é o melhor jogador do mundo. Ele não é egoísta. Ele está passando a bola… foi um esforço de equipe, mas ele definitivamente nos carregou”, resumiu Jamal Murray, após o sétimo jogo.