Leonardo de Deus beijou o pódio e se emocionou ao conquistar o tricampeonato nos Jogos Pan-Americanos ao ganhar a prova de 200 metros borboleta na terça-feira à noite, no Centro Aquático de Videna, em Lima. O nadador ganhou sua terceira medalha seguida na mesma prova, como tinha feito no Pan de Guadalajara, em 2011, e Toronto, em 2015.

“É uma prova que sabia que tinha competidores de alto nível, como o Altamir, o Tom Shields, que já ganhou do [Michael] Phelps, mas Pan é isso. Fui para a prova com muita pressão, muita coisa em jogo, os holofotes todos em cima de mim, mas consegui lidar com tudo isso. Fui sétimo do mundo, então não posso chegar aqui e não vencer essa prova. Fui lá e fiz acontecer”, disse.

Com uma lesão nas costas, o atleta não foi bem no Troféu Brasil, que era classificatório para o Pan de Lima. Ele acabou ficando em 19º entre os homens e, segundo a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), por seus critérios, só 18 iriam para Lima. Por causa disso, Léo de Deus não tinha a vaga no Pan e somente no Mundial, para onde foram 24 homens.

“O COB, desde o início, sabia do meu potencial e da falta que eu faria para o time do Pan. Infelizmente, de acordo com os critérios da confederação, eu não era apto a estar no grupo em Lima. Acho que foi algo de Deus. Fiz minha inscrição na sexta passada, entrei no final da prorrogação e fui tricampeão pan-americano”, contou.

Ele chegou a entrar na Justiça reivindicando um lugar no Time Brasil para a disputa. O pedido acabou sendo negado, mas depois que o nadador Gabriel Santos foi pego no doping, e suspenso, Léo acabou recebendo a chance de integrar a delegação em Lima e vibrou com sua medalha de ouro no peito.

“Talvez eu faria essa trajetória menos dolorida, se eu soubesse tudo que iria acontecer. Treinei com muita dificuldade por tudo que passei. Fui para uma seletiva lesionado, saí dela sem a convocação para o Pan, isso foi muito ruim. Tive de focar na recuperação e superar minha cabeça para fazer bem os treinos”, contou.

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“O Pan é uma competição que me colocou no nível mundial. Me machuquei bastante mentalmente para chegar até aqui e se eu soubesse que tudo isso iria acontecer, talvez eu ia deixar rolar, sem sangrar muito. Ia estancar logo cedo essa ferida que vou levar para o resto da minha carreira”, continuou o atleta.


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