Após dois dias de confrontos, bloqueios das estradas na Bolívia diminuem

O número de bloqueios das estradas que apoiadores do ex-presidente Evo Morales fazem na Bolívia diminuiu nesta sexta-feira (13), após dois dias de confrontos violentos com a polícia que deixaram cinco mortos, segundo um relatório oficial.

Há 12 dias, os manifestantes exigem a renúncia do presidente Luis Arce, a quem acusam de ser responsável pela crise econômica e de manipular as instituições para excluir o líder cocaleiro das próximas seleções de agosto.

O governo informou que, até a quinta-feira, dois confrontos entre policiais e manifestantes deixaram cinco mortos – sendo quatro deles policiais – e um total de 191 feridos.

Segundo a vice-ministra de Comunicação, Gabriela Alcón, os bloqueios das vias começaram em 2 de junho e chegaram a 40, concentrados principalmente no departamento de Cochabamba (centro), reduto político de Morales.

A Administradora Boliviana de Estradas (ABC, pela sigla em espanhol), informou na sexta-feira através do seu site que há 13 pontos de bloqueio em Cochabamba, Oruro (oeste) y Potosí (sudoeste).

A principal rota que une La Paz e Cochabamba foi restabelecida, assinalou o Terminal de Ônibus de La Paz em um comunicado.

Apesar disso, a estrada entre Cochabamba e Santa Cruz (leste), uma região próspera e agropecuária do país, continua interrompida.

Desde a quarta-feira foram realizadas operações conjuntas de policiais e militares para restabelecer o trânsito de passageiros e carga no país.

“Estamos conduzindo operações conjuntas com a finalidade (…) de desbloquear cem por cento das nossas estradas”, disse o máximo chefe da polícia, Augusto Russo, nesta sexta-feira.

Morales denunciou nesta sexta-feira que uma de suas sedes partidárias foi incendiada durante a madrugada em La Paz e que um explosivo foi detonado na casa de uma de suas colaboradoras em El Alto.

Não houve danos pessoais em ambos os casos.

O ex-presidente, de 65 anos, se encontra recluso desde outubro na região cocaleira do Chapare, protegido por seus apoiadores de uma ordem de detenção por um caso de suposto tráfico de uma menor, o qual ele nega.

O governo denunciou o líder cocaleiro ao Ministério Público por crime de terrorismo.

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