02/02/2024 - 17:40
O humorista Whindersson Nunes fez um desabafo revelando que quase morreu ano passado “após um choque anafilático em uma sauna na Inglaterra”. Em entrevista para a IstoÉ, o médico Ioannis Minas Liontakis, do hospital Santa Catarina, esclareceu as principais dúvidas sobre o tema.
De acordo com o profissional, a grave reação de hipersensibilidade é por conta de alguma situação de exposição a produto químico, de limpeza, alimento, veneno ou medicação a qual a pessoa é alérgica.
“Temos uma reação alérgica de grande proporção, sendo liberada histamina, substância que provoca dilatação de artérias e veias com queda de pressão arterial. Temos também o edema, um tipo de inchaço, de algumas regiões do corpo. Pode haver, por exemplo, o edema de glote, com fechamento da via aérea e dificuldade extrema em respirar. Ambas as situações envolvem risco de morte. Outras reações incluem febre baixa, vermelhidão pelo corpo, dor muscular e perda de consciência em virtude da queda de pressão”, explica o profissional.
As causas mais comuns de um choque anafilático são por conta de picada de inseto, como abelha, vespa e besouro, de produtos de limpeza como a água sanitária, produtos de higiene pessoal como cremes e sabonetes, comidas como amendoim, crustáceos e peixes e medicamentos como penicilina e outros.
O médico ressalta que “a reação anafilática é muito rápida e de risco extremo de morte”. “O tratamento deve ser imediato, com chamado do sistema de saúde, atendimento iniciado no local, suporte de vida e encaminhamento à pronto socorro”, pontua.
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Uso da adrenalina autoinjetável
Uma das formas mais eficazes e instantâneas para socorrer alguém é com o uso da epinefrina, conhecida também como adrenalina autoinjetável – porém é preciso orientação médica pois ela é uma medicação de alto risco.
“Existe uma dose ajustada para cada paciente. É uma medicação vasoconstritora, provoca contração de artérias e veias, com aumento da pressão arterial e diminuição dos inchaços, com abertura das vias aéreas. A ação é imediata. Uma dose excessiva pode levar a taquicardia, aumentos dos batimentos cardíacos e hipertensão, com aumento excessivo da pressão arterial”, esclarece Liontakis.
A prevenção ou minimização do risco do choque anafilático é através da dessensibilização. Ioannis explica “que é um procedimento que deve ser realizado por supervisão de equipe de saúde multidisciplinar, com médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e farmacêuticos”.
“Consiste em uso de dose baixa da substância, seguida de doses progressivamente maiores, com os efeitos colaterais supervisionados pela equipe. Consulta com médico imunologista pode indicar tratamentos específicos como vacinas e outras imunoterapias”, detalha.
Referente ao caso do Whindersson Nunes na sauna, não é possível chegar a algum diagnóstico, mas o médico alerta para um possível ambiente que poderia conter produtos de limpeza ou de higiene usados na esterilização e aromatização do ambiente – e que podem desencadear reação anafilática.