Celsinho da Vila Vintém, como ficou conhecido Celso Luiz Rodrigues, apontado como um dos fundadores da organização criminosa ADA (Amigos dos Amigos), deixou o Complexo Penitenciário de Gericinó, no Rio de Janeiro (RJ), nesta segunda-feira, 15, após a Justiça aceitar um pedido de habeas corpus que altera a prisão preventiva para domiciliar.
O ministro Sebastião Reis Júnior, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), aceitou o pedido de habeas corpus e, em decisão monocrática, declarou que a soltura de Rodrigues se deu por “razões humanitárias e de caráter excepcional”.
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A defesa de Celsinho da Vila Vintém alegou que ele sofre de diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia e diverticulite aguda, condições que exigem tratamento médico contínuo. Ainda, o homem foi apontado como o único responsável pelos cuidados de sua esposa, Deise Mara de Souza Rodrigues, que está em estado terminal por conta de um câncer.
O ministro Sebastião Reis Júnior permitiu que Celsinho da Vila Vintém permaneça em prisão domiciliar e acompanhe a esposa no hospital, mediante uso de tornozeleira eletrônica.
Em contato com a IstoÉ, a Seap-RJ (Secretaria de Administração Penitenciária) informou que cumpriu o alvará de soltura de Celsinho da Vila Vintém por meio de um oficial de justiça. “O documento foi expedido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, determinando a substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar com monitoramento eletrônico”, ressaltou o órgão.
Quem é Celsinho da Vila Vintém
Fundador da facção ADA, Celsinho controla o tráfico na Vila Vintém e em diversas comunidades da zona oeste. Ele já foi condenado a mais de 30 anos por tráfico, associação criminosa e homicídios.
Celsinho da Vila Vintém foi preso pela primeira vez em 1990, condenado por tráfico de drogas e roubo. Saiu da prisão logo depois, mas foi preso de novo em 1996. Em 1998, conseguiu fugir após ser internado no Hospital Penitenciário Fábio Macedo Soares, de onde escapou pela porta da frente, vestido de policial militar.
O traficante foi capturado novamente em 2002, pela Polícia Civil, e encaminhado ao complexo penitenciário de Gericinó. Na ocasião, seu rival Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, chefe do Comando Vermelho, estava no mesmo complexo penitenciário.
Depois, ele foi transferido para o presídio federal de Porto Velho, em Rondônia, onde passou a maior parte dos últimos 20 anos. Ele voltou ao Rio em 2017, permanecendo preso no Complexo Penitenciário de Gericinó. Foi solto em 2022.
Desde então, conforme as apurações policiais, Celsinho se aliou ao CV (Comando Vermelho) para atuar na retomada de comunidades que foram capturadas pela milícia e assumiu o controle criminal da região de Vila Sapê, em Curicica.
Celsinho foi preso em maio de 2025 durante uma operação policial. Na mesma ação policial, também foram denunciados o miliciano André Costa Barros, conhecido como Boto, que está preso, e Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso, que está foragido.
*Com informações do Estadão e da Agência Brasil