26/01/2023 - 7:50
Após revelar o diagnóstico de Transtorno de Processamento Sensorial do filho Bless, de 8 anos, no último episódio do podcast ‘Quem pode, pod’, Giovanna Ewbank usou suas redes sociais para expor um erro em relação ao tema.
Em um vídeo postado nos Stories do Instagram, ela se explicou.
“Falei como mãe, e, não, como especialista. Estava muito emocionada, falei errado, que o Bless tem uma síndrome, e, não [tem]. É um transtorno”, corrigiu ela, respondendo às mensagens de seguidores.
Segundo especialistas ouvidos pela IstoÉ, o TPS sem o diagnóstico correto pode ser confundido pelos pais ou cuidadores com ‘mimimi’, ‘frescura’ ou ‘mimo’, quando, na verdade, a criança “sofre com os diferentes estímulos sensoriais e sensações que o ambiente, os alimentos ou os tecidos das roupas podem causar nela”.
“E isso impacta negativamente relacionamentos e o comportamento da criança, que fica irritadiça e pode explodir com mais facilidade”, disse Telma Abrahão, biomédica especialista em neurociência do desenvolvimento infantil e idealizadora da Educação Neuroconsciente.
Saiba mais sobre o Transtorno de Processamento Sensorial na entrevista com o psicólogo Alexander Bez:
O que é Transtorno de Processamento Sensorial (TPS)?
Está relacionado à dificuldade do cérebro em processar os estímulos externos e os estímulos ambientais. É um transtorno próprio, mas que, muitas vezes, pode ou não ter associação com o TEA (Autismo). É um espectro de origem neurológica, mas abrange a esfera neuropsicológica.
Quais são os sinais?
Afeta a parte dos sentidos, tanto na esfera da hiposensibilidade quanto na esfera da hipersensibilidade.
Quais são os principais sintomas?
Sentir o ambiente de uma maneira através da sensibilidade. A hiposensibilidade é muito confundida com um possível TDAH pelas inquietações, pois a criança com TPS faz muito esforço para reconhecer os estímulos da ambientação, agitando-se muito por frio, calor, luzes, cores e etc.
A hipersensibilidade já é moldada pelo extremo desconforto que a criança com TPS sente ao processar os estímulos sensoriais. As luzes se tornam mais brilhantes e a temperatura mais forte, sons mais intensos e o tato com mais sentido, podendo, muitas vezes, ser complicado para os pais entenderem essas questões, achando que, realmente, é uma frescura.
Intolerâncias e dificuldades são anotadas nos dois extremos. Tudo é relativo, até mesmo no alimento, por cores e cheiros. Entretanto, não há bipolaridade na sintomatologia; ou a criança tem hiposensibilidade ou hipersensibilidade.
Nas duas formas, há transtornos psicológicos e emocionais envolvidos, caracterizando-a também como uma “síndrome de conotação neuropsicológica”.
Como tratar?
Por ser de origem genética (congênita), não falamos em cura, mas em tratamento para melhorar as interações e o convívio diário, associado psiquiatricamente, neurologicamente e psicologicamente.