14/10/2024 - 16:03
A jornalista Mariana Saffioti precisou comprar um gerador para manter os equipamentos médicos do pai, um idoso de 68 anos, funcionando após uma queda de energia na sexta-feira, 11.
A mulher relatou à reportagem que acionou a Enel logo após a falta de luz, mas a companhia providenciou outro gerador para a residência, localizada no bairro da Lapa, na zona oeste da capital paulista, apenas na manhã desta segunda-feira, 14, mais de 50 horas após a interrupção da energia.
De acordo com Mariana, o pai é um “cliente vital” e precisaria receber atendimento prioritário por não conseguir sobreviver sem os equipamentos médicos. A jornalista relata que o idoso possui a Síndrome de Guillain-Barré, uma condição que afeta o sistema nervoso. “Ele está paralisado do ombro para baixo. Ele não consegue respirar e se alimentar sem a ajuda dos aparelhos”, conta a filha.
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Segundo a mulher, a energia elétrica da residência caiu por volta das 20h da sexta-feira — e logo a companhia foi acionada. “Eu avisei a Enel da condição dele, que a gente precisava disso resolvido o mais rápido possível. Me prometeram prioridade, falaram que iriam mandar uma equipe e que ia solucionar até antes da meia noite. Não voltou”, relata a jornalista.
Por estar ansiosa, Mariana explica que comprou um gerador no mesmo dia em que faltou luz para conseguir manter o respirador do pai em funcionamento e a bomba de alimentação, equipamentos necessários para que o idoso sobreviva. “De cinco em cinco horas acaba a gasolina e eu tenho que ir lá. Minha mãe, que mora junto com ele, não consegue ligar [o gerador] sozinha”, comenta.
“A situação é muito complicada porque a gente não consegue deslocá-lo para lugar nenhum”, afirma a jornalista, acrescentando que em todas as tentativas de contato a Enel alegou que a energia voltaria em três horas. “Se eu não tivesse agido e acreditado no que eles estavam falando, o que teria acontecido com meu pai?”, questiona Mariana.
Durante a manhã dessa segunda-feira, 14, uma equipe da Enel foi enviada até a residência do idoso e instalou um gerador mais de 50 horas após a queda de energia no local. Apesar de o equipamento ter sido instalado, ainda não há previsão para o retorno da luz. De acordo com a Enel, 430 mil clientes seguem afetados pelo mesmo problema desde as chuvas que atingiram a capital paulista na sexta-feira.
Segundo a companhia, existe uma categoria chamada “Cliente Vital” ou “Sobrevida”, destinada ao atendimento urgente de pessoas que dependem de equipamentos para sobreviver. A reportagem tentou contato com a Enel, mas não obteve resposta até o momento da publicação. O espaço permanece aberto para manifestações.
**Estagiário sob supervisão