Após seguidos casos de doping nos últimos anos, a Tailândia decidiu voluntariamente desistir de competir no levantamento de peso nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. A decisão surpreendente é mais um golpe na modalidade, que vem sofrendo com críticas, em razão dos inúmeros casos de doping nas competições mais importantes do calendário.

A desistência terá uma consequência ainda mais inesperada. A Tailândia vai sediar em setembro deste ano o mundial da modalidade, na cidade de Pattaya. Assim, o grande evento não terá qualquer representante da casa, segundo informou nesta sexta-feira a Federação Internacional de Levantamento de Peso.

A ausência de tailandeses tanto no Mundial quanto na Olimpíada é uma grande baixa para a modalidade porque o país tem bons resultados em nível global. Nos Jogos do Rio-2016, por exemplo, foram quatro medalhas, sendo duas delas de ouro, ambas no feminino, com Sopita Tanasan e Sukanya Srisurat.

As duas atletas, por sinal, estão entre os oito tailandeses punidos recentemente por resultados positivos em testes antidoping. Todos foram flagrados durante o último mundial, em novembro do ano passado. Três destes levantadores de peso haviam conquistado a medalha de ouro.

Por conta da tradição da Tailândia na modalidade, principalmente nas categorias mais leves, a ausência no Mundial de Pattaya e na Olimpíada de Tóquio-2020 causa preocupação na Federação Internacional. Segundo a entidade, a decisão “tem consequências com potencial para causar sérios danos na integridade do esporte”.

Os casos de doping nos últimos anos aumentaram a pressão do Comitê Olímpico Internacional (COI) sobre atletas e dirigentes do levantamento de peso. A desconfiança cresceu tanto que colocou em risco a presença da modalidade no programa olímpico. Para os Jogos de Paris-2024, o levantamento de peso tem apenas um lugar provisório no programa.

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Além dos tailandeses, russos e chineses também entraram na lista dos países com mais casos de doping nas últimas competições mundiais da modalidade.


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