O promotor Paulo Castilho, do Juizado do Torcedor do Ministério Público (MP), admitiu nesta quinta-feira que a entidade falhou na organização da partida entre São Paulo e Atlético Nacional, da Colômbia, pela Copa Libertadores. Uma confusão do lado de fora do estádio do Morumbi após a vitória da equipe colombiana, por 2 a 0, terminou com 10 detidos e três feridos que receberam atendimento.

Para o promotor, os órgãos de segurança erraram ao permitir a presença do lado de fora de barracas de torcedores ambulantes. “Uma série de falhas permitiram ambulantes nas ruas do entorno, vendendo garrafas de vidro. Era impressionante o número de cacos de vidro depois da partida que foram arremessadas durante o conflito”, disse Paulo Castilho.

Segundo a Polícia Militar, a confusão começou com membros da torcida organizada Independente, a maior do clube, que estavam do lado de fora do Morumbi e começaram a saquear torcedores comuns e vendedores. Em resposta, a polícia usou bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para dissipar a confusão. “Temos que aprimorar nosso mecanismo de fiscalização. Podemos fazer ‘mea culpa’ porque foi uma falha nesse sentido”, comentou o promotor.

Apesar das falhas, Paulo Castilho explicou que o incidente não pode ser vinculado à decisão em vigor desde maio de torcida única nos clássicos em São Paulo até o fim do ano. De acordo com o promotor, a medida de segurança tem surtido efeito positivo, como a redução do efetivo policial em até dois terços e o aumento da presença de público nos estádios.

A torcida Independente publicou nota na tarde desta quinta-feira para se explicar. “Mas deixamos claro, não somos os responsáveis por tudo que acontece. Existem quadrilhas especializadas que aproveitam grandes eventos como o jogo de ontem (quarta) para cometerem furtos de aparelhos de celular e carteiras. Sem contar que a região em que se encontra o Estádio do Morumbi tem altos índices de criminalidade”, afirmou.