Concorrendo graças a uma liminar concedida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e sem o apoio de parte dos 34 candidatos a vereador do seu partido, Filipe Sabará (Novo) retomou os compromissos de campanha para a Prefeitura de São Paulo anteontem com um “furo” na agenda: faltou a uma panfletagem no Jardim Ângela, zona sul. O candidato se desculpou por telefone e afirmou que havia se atrasado, mas não apareceu.

Sabará, que havia sido suspenso pelo Novo após uma denúncia apontar inconsistências em seu currículo acadêmico e em sua declaração de patrimônio, tem buscando explorar um racha dentro do Novo sobre o apoio ou não ao presidente Jair Bolsonaro. É dessa forma que justifica a tentativa de retirá-lo da disputa. “A coisa toda começou quando eu falei que o (Jair) Bolsonaro foi melhor do que o (João) Doria (no enfrentamento ao coronavírus).

Ali começou a divisão entre as pessoas mais críticas ao Bolsonaro e as pessoas menos críticas ao Bolsonaro”, disse Sabará.

Parlamentares paulistas do Novo ouvidos pelo Estadão admitem o racha, mas negam que o posicionamento de Sabará no grupo pró-Bolsonaro seja o motivo de sua tentativa de expulsão. Outros integrantes do Novo que têm ações conjuntas com o governo federal, como o governador mineiro Romeu Zema, estariam no grupo que tenta aproximar o partido do presidente.

Bolsonaro. O presidente nacional do Novo, o empresário Eduardo Ribeiro, disse que a fala de Sabará ligando a suspensão à defesa de Bolsonaro “não tem fundamento”. “O processo que motivou sua suspensão se originou de uma denúncia de um deputado estadual, referente a indícios de possíveis irregularidades no seu currículo”, afirmou.

Ribeiro diz que o partido não está alinhado ao governo federal. “Não temos e nunca tivemos compromisso algum com Bolsonaro, nosso compromisso é com as nossas convicções e com o cidadão brasileiro”, disse. “Se o rumo do governo estiver errado, e está, seremos críticos e trabalharemos para proteger a sociedade, sempre preservando a nossa independência.”

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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