ROMA, 26 ABR (ANSA) – Duas semanas após a divulgação de rumores sobre sua morte, o general líbio Khalifa Haftar, de 75 anos, desembarcou nesta quinta-feira (26) em Bengasi, após ter passado por tratamento médico em Paris.   

Comandante de um conjunto de milícias chamado Exército Nacional Líbio, que hoje é a principal força armada do país, Haftar controla boa parte do leste da nação africana e deve ser candidato nas eleições previstas para os próximos meses.   

O general apareceu sorridente, vestindo paletó e gravata, e foi acolhido pelos líderes militares de seu “exército”. Ele chegou em Bengasi em um voo proveniente do Cairo, no Egito. No último dia 13 de abril, alguns sites líbios deram Haftar, chamado pela imprensa local de “senhor da guerra”, como morto.   

Poucos minutos depois, a notícia mudou: o general não tinha morrido, mas estava internado em estado grave. Seu porta-voz veio a público e negou que Haftar estivesse doente, mas depois confirmou que ele estava passando por tratamento em Paris. No entanto, ainda permanece o mistério sobre o que o teria levado para o hospital.   

Senhor da guerra – Haftar é um dos principais personagens da Líbia pós-Kadafi e controla territórios no leste do país, tendo como “capital” a cidade de Tobruk. O general não reconhece o governo de união nacional chefiado por Fayez al Sarraj e baseado em Trípoli – este último é aceito pela ONU.   

Em julho passado, Haftar e Sarraj assinaram uma trégua e um acordo para promover eleições no primeiro semestre de 2018, mas o pacto ainda está longe de virar realidade. O general lidera as forças contrárias ao Islã político, conta com o apoio do Egito e dos Emirados Árabes e tem diversos poços de petróleo sob seu controle.   

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

Ex-aliado de Kadafi, Haftar ajudou o futuro ditador a derrubar o rei Idris, em 1969, mas rompeu com o coronel em 1987, após ter sido capturado no Chade. De lá, guiou, com o apoio da CIA, um fracassado golpe contra Kadafi. Por duas décadas, viveu como exilado nos Estados Unidos e ganhou cidadania norte-americana.   

(ANSA)


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias