O presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), deputado Marcelo Castro (MDB-PI), encerrou audiência com o ministro da Economia, Paulo Guedes, depois de o ministro bater boca com o deputado Glauber Braga (PSOl-RJ).

Como em audiências anteriores, Guedes se irritou quando as perguntas dirigidas a ele ganharam tom pessoal. Os deputados de oposição questionaram o ministro sobre investimentos dele e de sua família na educação privada.

Guedes subiu o tom quando, ao tentar responder, foi interrompido por Braga. “É minha vez de falar, não estou aqui para conversar sobre minhas finanças pessoais, estou aqui para falar sobre orçamento público. Estou aqui para ser respeitado. Questões de cunho interrogativo a respeito de minhas finanças pessoais devem ser feitas a outro fórum”, afirmou.

Ele disse ainda que trabalhou 20 anos pela educação brasileira ao fundar o Ibmec. Em tom de ironia, disse que fazia questão de elogiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por ter mantido superávits primários “por um tempinho”, mas lembrou que depois o governo petista começou a entregar resultados deficitários.

“Hoje estamos muito mal por causa do fim da história, que teve déficits fiscais. Eles (PT) herdaram situação muito boa, nós herdamos o caos”, afirmou.

O ministro acusou ainda os governos petistas de quebrarem o Estado e fazerem um “desmonte por dentro”. “Eu estou no governo só há oito meses, não participei do desmonte do Estado. Apoiamos a Lava Jato, vamos apurar denúncias profundamente”, afirmou.

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A sessão foi encerrada com duas horas e meia de duração, por volta das 17h, muito antes do previsto na agenda de Guedes, que esperava o encerramento da audiência para as 21h. Na saída, Guedes disse que estava “super tranquilo”, que poderia continuar e prometeu voltar à Câmara sempre “para falar de Orçamento”.

“O Congresso é super construtivo, mas tem minoria (que atrapalha). Só um amigo (se referindo a Glauber Braga) não sabe o que é democracia”, completou.

O ministro disse ainda esperar ter “colaborado” com a votação do Senado com o fim antecipado da sessão. Senadores deixaram a audiência para votar em sessão daquela Casa.

Críticas

O “estopim curto” do ministro Paulo Guedes foi criticado por parlamentares da oposição. “O ministro se irrita porque ele não tem o que dizer. Não se sustenta o que ele diz, por isso ele fica nervoso e acaba com a sessão”, afirmou o vice-líder do PT, deputado Bohn Gass (RS).


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