Após autorização de Moraes, Marcelo Câmara e Cid ficarão frente a frente em acareação

Mauro Cid
Tenente-coronel Mauro Cid Foto: Ton Molina/STF

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), atendeu a um pedido da defesa do coronel Marcelo Câmara, ex-assessor de Bolsonaro, e marcou uma acareação entre ele e tenente coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, para o dia 13 de agosto.

Acareação é um procedimento previsto na legislação brasileira, em que as pessoas cujos depoimentos apresentam contradições são colocadas juntas para tentar esclarecer os fatos narrados. Pode ser realizada entre acusados e testemunhas.

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No pedido feito a Moraes, a defesa de Câmara citou três pontos que, na avaliação dos advogados, precisam ser enfrentados na acareação:

  • Afirmação de Mauro Cid de que Câmara teria acessado e manipulado minutas golpistas que supostamente foram apresentadas durante reuniões de teor antidemocrático no Palácio da Alvorada;
  • Fala do delator de que Câmara realizou monitoramento contínuo do ministro Alexandre de Moraes e da então chapa eleita em 2022 Lula-Alckmin;
  • Declarações de Cid sobre o conhecimento de Marcelo Câmara acerca dos motivos do monitoramento de Moraes, Lula e Alckmin e a ligação de Câmara com o kid preto Rafael de Oliveira.

Marcelo Câmara é réu por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 e integra o chamado “Núcleo 2”. De acordo com as investigações, esse grupo teria ficado responsável por coletar dados e informações que pudessem auxiliar eventuais medidas para consumar a trama golpistas.

O ex-assessor de Bolsonaro nega que tenha monitorado autoridades. Atualmente, ele está preso sob suspeita de tentar obter ilegalmente informações sigilosas sobre a delação premiada de Mauro Cid.