Após ser ameaçada de morte, a cardiologista Ludhmila Hajjar contratou segurança profissional e passou a andar de carro blindado. Os ataques contra a médica surgiram após o nome dela ser cotado para assumir o Ministério da Saúde.

“Já estou com carro blindado e segurança desde hoje cedo”, afirmou Ludhmila Hajjar para a colunista Bela Megale, do jornal O Globo, na segunda-feira (15).

Em entrevista à GloboNews ontem, depois de recusar o convite para assumir a pasta, a médica deu mais detalhes sobre as ameaças que ela e a família sofreram. “Nestas 24 horas, houve uma série de ataques a mim. (…) Estou num hotel em Brasília, e houve três tentativas de entrar no hotel. Pessoas que diziam que estavam com o número do quarto e que eu estava esperando-os. Diziam que eram pessoas que faziam parte da minha equipe médica. Se não fossem os seguranças do hotel, não sei o que seria”, afirmou.

Ludhila havia se reunido com Bolsonaro na tarde deste domingo, 14, e comunicou a ele sua decisão nesta segunda, 15, em novo encontro no Palácio do Planalto. Os ataques ocorreram, segundo ela, entre essas duas reuniões.

“Realmente foi assustador. Está sendo, porque eles não terminaram. Mas eu tenho muita coragem, e pelo Brasil eu estava disposta a passar por isso. Mas isso me assustou. Criaram perfis falsos meus em Twitter, perfis falsos em Instagram. Divulgaram meu celular em redes sociais. Imagina, eu sou uma médica, eu preciso do meu telefone para atender meus doentes. Eu recebo mais de 300 chamadas. Ameaças de morte. Houve uma tentativa de entrar no meu hotel no qual eu estou em Brasília. Houve ameaças à minha família. Então, tudo o que você imaginar de pessoas que eu só posso considerar que estejam lutando para o Brasil dar errado eu sofri”, disse.