Na última segunda-feira (1º), a penitenciária de Araraquara, em São Paulo, foi alvo de cerca de 20 tiros de armas de grosso calibre. Ninguém se feriu.

Segundo policiais da unidade, criminosos foram até a entrada da penitenciária, pararam em frente à subportaria, desceram do carro e atiraram contra a cadeia.

Os agentes também relataram que, antes do atentado, chegaram “salves” (determinações por meio de cartas) na unidade, que teriam como autoria líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), ameaçando atacar o local e seus servidores por discordarem de situações que teriam acontecido na prisão.

De acordo com dados disponibilizados pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), a cadeia está superlotada. O local, que tem capacidade para abrigar 1.061 pessoas, mantém 1.452. O anexo de detenção provisória da penitenciária também está cheio, uma vez que tem capacidade para 496 pessoas e abriga 548 detidos.

Segundo o Sindicato dos Funcionarios do Sistema Prisional do Estado de SP (Sifuspesp), foi feito um alerta para a categoria para a atenção redobrada frente ao ataque. O sindicato disse que iria “contatar a Coordenadoria da Região Noroeste para cobrar medidas de segurança” e iria “presencialmente à unidade apurar denúncias que estão na Corregedoria”.

Conforme apontado pelo sindicato, “a unidade está entre as que enfrentam forte déficit de servidores. Faltam funcionários, vários se aposentaram ou estão em vias de aposentadoria, e há ainda os afastados pela covid-19”.

“É uma tragédia anunciada. Não há servidores, as visitas continuam liberadas apesar da piora no quadro da pandemia e os detentos estão percebendo o déficit de funcionários, os riscos de Araraquara estão em outras unidades. É uma situação que põe em risco os funcionários e quem está fora dos muros também”, disse Fábio César Ferreira, presidente do sindicato.

Em nota, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que no dia 1º de fevereiro, por volta das 20h30, um veículo modelo Fiat Toro parou na frente da Penitenciária de Araraquara e efetuou vários disparos contra a subportaria da unidade e em seguida deixou o local. De acordo com a SAP, após perícia, foi identificado que os tiros eram de calibre 9 milímetros.

A secretaria ressalta ainda que a Polícia Militar foi acionada e equipes do 13º Batalhão de Polícia Militar do Interior intensificaram o patrulhamento na região para localizar os autores.  AInda segundo a SAP, a Polícia Civil apura todas as circunstâncias relacionadas aos fatos. “Observamos que a unidade opera dentro dos padrões de disciplina e segurança da Pasta”, diz a nota.