ROMA, 20 OUT (ANSA) – Após admitir que o jornalista saudita Jamal Khashoggi foi assassinado dentro do consulado em Istambul, a Arábia Saudita prendeu 18 pessoas suspeitas de envolvimento com o crime.   

A notícia foi dada pela imprensa saudita, que também informou que o regime do país decidiu afastar de seu cargo o general Ahmed al-Asiri, membro dos serviços secretos.   

Na noite de ontem, o governo da Arábia Saudita admitiu que Khashoggi, um jornalista opositor de 59 anos que trabalha como colunista do “The Washington Post”, nos Estados Unidos, morreu dentro do seu próprio consulado em Istambul, na Turquia. O profissional foi no dia 2 de outubro à sede diplomática para renovar documentos e nunca mais saiu de lá de dentro. Há suspeitas de que seu assassinato tenha sido ordenado pelo próprio regime saudita, que vinha perseguindo o jornalista.   

O governo admitiu o crime dentro do consulado, mas afirmou que Khashoggi foi morte porque se envolvera em uma briga. “As discussões geraram uma briga corporal, levando à sua morte”, informou a imprensa local. Até o momento, não há informações sobre onde estaria o corpo de Khashoggi.   

As autoridades da Turquia estão investigando o crime e dizem estar dispostas a revelar todos as informações envolvendo o caso. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, está determinado a “revelar os detalhes” da morte do jornalista, de acordo com seu porta-voz, Omer Celik. “A Turquia não acusará ninguém antes de concluir as investigações, mas não quer que nada seja escondido”, destacou Celik. Já o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tenta se distanciar da polêmica e evitar um confronto direto com a Arábia Saudita, sua aliada no Oriente Médio. Enquanto isso, o jornal “The Washington Post” relevou que a CIA escutou um áudio gravado dentro do consulado e o qual comprovaria que a morte do jornalista saudita não foi acidental, mas sim, planejada. “Funcionários da CIA ouviram o áudio que está com as autoridades turcas que provam que Khashoggi foi assassinado e desmembrado”, e que a morte dele não foi acidental. O jornal também acusa Trump de “conspirar” com a Arábia Saudita para ganhar tempo e encontrar uma solução para o problema. (ANSA)