TUNISI, 17 DEZ (ANSA) – A Tunísia celebra nesta segunda-feira (17) o oitavo aniversário da revolução que inspirou outros protestos e ficou conhecida com “Primavera Árabe”.
Em 17 de dezembro de 2010, o vendedor ambulante Mohamed Bouazizi ateou fogo ao próprio corpo, levando a um levante popular de dimensões tão grandes que forçaram o então presidente do país, Ben Ali, a fugir um mês depois o início dos protestos. O sucesso da “Revolução de Jasmin” contagiou outros países árabes. Oito anos depois, muitas das esperanças dos jovens tunisianos que participaram das manifestações permanecem não realizadas, especialmente no que se refere ao emprego e à dignidade das regiões mais pobres.
Sindicatos e partidos de esquerda fundaram o movimento dos “coletes vermelhos” e anunciaram em uma entrevista coletiva na última semana que novos protestos vão começar nesta segunda-feira (17) na cidade de Kasserine, no centro-oeste do país, contra o aumento dos preços e a corrupção do governo. As manifestações devem ocorrer por todo o país.
“A iniciativa fundamentalmente faz exigências econômicas e sociais. Queremos representar os pobres e marginalizados”, diz Riyad Jarad, fundador da iniciativa.
As 22 exigências listadas pelo grupo incluem desenvolvimento econômico, mais oportunidades de emprego, melhor educação pública e serviços médicos, além de melhores padrões de vida e aumento no salário mínimo.
Os “coletes vermelhos” culpam todos os partidos políticos do país pela deterioração dos padrões econômicos da Tunísia. Na sexta-feira (21), autoridades tunisianas apreenderam mais de 50 mil coletes vermelhos na cidade de Sfax, no sul do país, que foram importados legalmente. A polícia diz que as roupas seriam distribuídas para os protestos planejados para janeiro. (ANSA)