BRUXELAS, 30 SET (ANSA) – Exatos 493 dias após as eleições legislativas, a Bélgica conseguiu formar um governo de coalizão.   

Nesta quarta-feira (30), sete partidos concordaram em se unir e indicaram o liberal Alexander De Croo, 44 anos, como novo primeiro-ministro.   

O grupo político foi batizado de Vivaldi por incorporar quatro correntes políticas diferentes – assim como a famosa composição “As quatro estações” de Antonio Vivaldi : são seis siglas liberais, socialistas, ecologistas e uma cristã-democrata.   

De Croo está na política desde 2009, tendo já atuado como ministro de Finanças e como vice-primeiro-ministro em governos liberais e socialistas. A cerimônia de juramento deve ser realizada na próxima sexta-feira (2) perante ao rei Philippe.   

Segundo o jornal francês “Le Monde”, o acordo foi firmado para evitar a convocação de novas eleições, que favoreceriam tantos grupos de extrema-direita como de extrema-esquerda que vêm ganhando força no interior do país.   

O novo governo será mais jovem, e tentará se afastar dos erros cometidos pela “velha política” durante a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2). Inclusive, o anúncio foi feito no dia em que a Bélgica ultrapassa as 10 mil mortes pela Covid-19.   

A reação dos partidos que ficaram de fora da coalizão Vivaldi foi bastante diversa. Enquanto alguns desejaram sucesso ao novo premier, o Partido do Trabalho da Bélgica (PTB), de esquerda, e o Nova Aliança Flamenga (N-VA), de extrema-direita, anunciaram que farão oposição.   

A Bélgica estava sendo governada de maneira interina por Sophie Wilmès desde as eleições de maio de 2019 por conta do apoio de duas coalizões menores – o país tem um alto número de partidos e, por isso, é normal não ter um “grande vencedor” das disputas eleitorais. (ANSA).