Pode ser mera coincidência, mas Sonia Braga participou pela primeira vez da seleção oficial de Cannes quando Eu Te Amo participou da mostra Un Certain Regard, em 1981. Passaram-se 35 anos e nesta manhã – quinta-feira, 14 – o delegado geral Thierry Fremaux e o presidente Pierre Lescure fizeram o anúncio oficial da competição de 2016. Sonia volta à Croisette agora integrando a competição, no filme de Kleber Mendonça Filho, Aquarius. Fechando um ciclo, o longa de Arnaldo Jabor, Eu Te Amo, passa nesta quinta-feira, 14, no Canal Brasil.

Grande Sonia

“Nossa! Estou super feliz de estar de volta à Croisette vivendo uma personagem que qualquer atriz se sentiria honrada em fazer. Uma pérola, um tesouro. Kleber me devolveu a alegria de pertencer à língua portuguesa.” E o diretor, Kleber Mendonça. “Rodamos Aquarius em agosto e setembro do ano passado, e a montagem começou logo depois. Foram seis meses de excelente trabalho com o montador Eduardo Serrano e o filme está na fase final de pós-produção. Poder estreá-lo em Cannes é um momento muito feliz desse processo, que teve início há três anos, com a primeira versão do roteiro, escrito por mim. Fico ainda mais feliz por toda a nossa equipe formada por gente de todo o Brasil, e especialmente por artistas e técnicos pernambucanos. Fico feliz também por Sonia Braga. Quero que esse filme seja muito bom para essa artista maravilhosa e para a pessoa incrível que ela é. Antes, eu era apenas um fã, agora ganhei uma amiga.”

Aquarius é o único latino-americano da competição deste ano, em Cannes. O festival inaugura-se em 11 de maio com Café Society, de Woody Allen, e prossegue até 22, com o anúncio da Palma de Ouro.

Kleber Mendonça Filho participa pela primeira vez da disputa, concorrendo com veteranos competidores, mesmo que o canadense, de Quebec, Xavier Dolan, seja mais jovem que ele. Na coletiva, que pode ser resgatada no youtube, Thierry Frémaux desculpou-se pela seleção oferecer “mais do mesmo”. Disse que não é culpa dele se os mesmos autores se renovam e superam e apresentam os melhores filmes do ano.

Entre outros, Dolan, com Juste la Fin du Monde, mas também Pedro Almodóvar (Julieta), os irmãos Dardenne (La Fille Inconnue), Ken Loach (I, Danioel Blake), Bruno Dumont (Mas Loute), Nicole Garcia (Mal de Pierres), Christian Mungiu (Bacalauréat), Jim Jarmusch (Pasterson), Olivier Assayas (Personal Shopper), Brillante Mendoza (Ma’ Rosa) e Nicolas Winding Refn (o filme de vampiros Neron Demon).

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