Os fãs da NBA definitivamente terão que se acostumar com uma nova realidade a partir da temporada 2016/2017, após o adeus de três dos principais pilares da liga nos últimos 20 anos. Depois de Kobe Bryant e Tim Duncan, outra lenda do basquete anunciou nesta sexta-feira sua aposentadoria. O ala/pivô Kevin Garnett confirmou que está deixando as quadras aos 40 anos, após 21 temporadas como profissional.

Garnett acertou nesta sexta a rescisão de seu contrato com o Minnesota Timberwolves. Ele ainda tinha mais um ano de vínculo com a franquia pela qual despontou na NBA, mas acertou a saída mediante o pagamento de todo seu salário previsto para a próxima temporada, de US$ 8 milhões. A partir daí, surgiram os primeiros comentários de que o astro anunciaria sua aposentadoria, o que aconteceu horas mais tarde.

A confirmação do adeus de Garnett veio através de sua conta no Instagram. O jogador postou um vídeo no qual caminha sozinho por um Target Center, ginásio onde brilhou com a camisa do Timberwolves, vazio. Ao fim da filmagem, a mensagem “adeus” reafirmou a saída de cena de um dos grandes nomes do basquete nas últimas duas décadas.

“Sou apenas grato, nem consigo colocar em palavras. Sou grato pelo apoio e pelo amor. Eu nunca pensaria que as pessoas me amariam assim, mas isto ser uma realidade é algo fora do normal”, diz Garnett ao longo do vídeo. “Nós vamos ficar bem, cara. Eu não espero que seja fácil, mas por enquanto, tudo bem.”

O adeus de Garnett também foi confirmado pela agência ASM Sports, que representa o jogador. “Obrigado, Kevin Garnett. Nós o amamos dentro e fora de quadra, um grande exemplo e um dos jogadores mais influenciadores a ter jogado este esporte”, escreveu em sua página no Twitter.

Assim, Garnett se junta a Kobe e Duncan, que também anunciaram suas aposentadorias nos últimos meses, após a temporada 2016/2017. Os três foram dos mais importantes nomes após o fim da “era Michael Jordan” e tomaram para si o protagonismo da liga após o adeus do maior jogador de todos os tempos.

Garnett chegou à NBA muito cedo, em 1995, escolhido na quinta posição do Draft pelo Timberwolves direto do colegial, sem sequer passar pela universidade. Ao longo destes 21 anos, se destacou como um dos jogadores mais viscerais a ter passado pela liga, e se tornou exemplo de raça e esforço máximo para vencer.

Por 12 temporadas, carregou a franquia do Timberwolves nas costas, em boa parte deste período com times bem abaixo do seu potencial. Chegou à decisão da Conferência Oeste em 2003/2004, em sua melhor campanha com o time de Minneapolis, mas caiu para o Los Angeles Lakers.

Em busca de um título, aceitou o desafio de se juntar a Paul Pierce e Ray Allen no Boston Celtics em 2007. E lá, também se tornou ídolo. Conquistou seu único título em 2008 e chegou a uma outra final em 2010, mas acabou com o vice. Já veterano e em declínio, atuou por quase duas temporadas no Brooklyn Nets, antes de voltar ao Timberwolves para o adeus.

Além da conquista com o Celtics e de ser o nome mais importante da história do Timberwolves, Garnett foi campeão da Olimpíada de Sydney, em 2000, com a seleção norte-americana. Foi também o MVP (jogador mais valioso) da temporada 2003/2004, o melhor jogador de defesa de 2007/2008 e participou de 15 edições do All-Star Game.