Apoiadores do ex-presidente Evo Morales informaram neste domingo (15) que farão uma “pausa humanitária” nos bloqueios de estradas na Bolívia, exigindo uma investigação internacional sobre os confrontos violentos com a polícia que deixaram seis mortos.
Os manifestantes exigem, há duas semanas, a renúncia do presidente Luis Arce, a quem responsabilizam pela crise econômica e por manipular as instituições para excluir o líder cocaleiro das próximas eleições gerais de agosto.
O governo informou que os confrontos entre policiais e manifestantes deixaram seis mortos – quatro deles agentes de segurança – e 203 feridos.
“Determinamos uma pausa humanitária na mobilização nacional nas estradas, enquanto se realiza uma investigação internacional exaustiva (…) de todos os fatos provocados pela intervenção policial e militar”, afirmou um comunicado publicado por um grupo de apoiadores de Morales chamado Pacto de Unidade.
Apesar da suspensão dos bloqueios, eles deixaram claro que continuarão marchando até a renúncia de Arce.
Os bloqueios começaram em 2 de junho e chegaram a 40 pontos, segundo a vice-ministra da Comunicação, Gabriela Alcón, principalmente no departamento de Cochabamba (centro), reduto político de Morales.
O ex-presidente, de 65 anos, está recluso desde outubro na região cocaleira do Chapare, protegido por seus aliados contra uma ordem de prisão emitida em seu nome por um caso de suposta exploração de menor, o qual ele nega.
Na semana passada, o Ministério Público abriu uma investigação contra o líder cocaleiro após uma denúncia do governo que o acusa de oito crimes, entre eles “terrorismo”.
axl-gta/arm/am