Apex anuncia abertura de escritório do Brasil em Washington

O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Jorge Viana, anunciou a abertura de um escritório em Washington para reforçar a defesa comercial brasileira diante das recentes medidas impostas pelos Estados Unidos, e que afetam diretamente o agronegócio.

“Estamos focados em não tirar a nossa presença nos Estados Unidos, porque é a maior economia do mundo e é muito importante trabalhar separado de qualquer questão política ou comercial”, afirmou, durante a abertura do 24º Congresso Brasileiro do Agronegócio, em São Paulo.

Segundo Viana, as medidas não têm caráter apenas comercial, mas também político, o que dificulta a resolução. Ele destacou que o agro vive “um período de maior intensidade” e que 2025 tem superado os resultados recordes do ano passado, quando o setor exportou US$ 160 bilhões, o equivalente a 49% das vendas externas brasileiras.

O novo escritório em Washington se soma às unidades já existentes em outras cidades norte-americanas, com foco em pautas como a retirada de tarifas sobre alimentos e produtos que os EUA não produzem. Viana citou o exemplo do café, que, mesmo taxado, movimenta uma cadeia produtiva equivalente a 1,2% do PIB americano. “Eles importam 24 milhões de sacas, das quais 8 milhões vêm do Brasil.”

Viana alertou que o Sudeste, em especial São Paulo, concentra a maior parte das exportações para os EUA e é a região mais afetada pelas novas medidas. “Precisamos ter um processo de união para fazer essa defesa”, disse, em discurso acompanhado pelos governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Ele também anunciou encontros empresariais ainda este ano na Indonésia e na Malásia, além de um grande evento na Índia em janeiro, todos com o objetivo de “ampliar o comércio e levar o agro junto”.