Terceiro colocado nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026, com apenas 7 pontos em 12 disputados, o Brasil terá de se recuperar na tabela naquela que promete ser a rodada mais difícil até aqui, com jogos diante de Colômbia e Argentina. O futebol demonstrado nas quatro primeiras partidas, principalmente na derrota para o Uruguai, soou o sinal de alerta para o torcedor, mas o técnico Fernando Diniz diz que a seleção está no caminho certo “e tem tudo para dar um salto”.

O confronto com os colombianos será em Barranquilla, reduto tradicionalmente escolhido pelos donos da casa devido ao calor escaldante da cidade. Depois, a seleção precisará superar a Argentina de Messi, atual campeã do mundo, no Maracanã. Ao ser indagado se o desempenho demonstrado pelo Brasil nestas Eliminatórias é suficiente para vencer esses dois próximos jogos, Diniz preferiu analisar cada um dos quatro primeiros confrontos – e considerou que apenas na última partida a equipe ficou aquém do esperado.

“A primeira perna da convocação, contra Bolívia e Peru, acho que a gente foi muito bem, principalmente o primeiro jogo, contra a Bolívia. A gente não tem adversário fácil, isso acabou, e a gente conseguiu ser um time muito envolvente, conseguimos fazer mais de cinco gols e propiciamos poucos contra-ataques. Contra o Peru, a gente teve um jogo ok. A equipe fez uma boa partida, não foi espetacular. Marcou três gols, valeu um”, avaliou Diniz, citando as duas únicas vitórias até aqui.

“Contra a Venezuela a gente fez um primeiro tempo muito bom. A Venezuela não é mais aquela Venezuela que ficou no imaginário do torcedor, e que vai permear o imaginário inclusive de quem vive das informações sobre o futebol. A Venezuela tinha perdido por 1 a 0 fora, jogo muito difícil, contra Colômbia; aí vieram contra o Brasil e empataram, e a gente fez um jogo em que sofreu muito pouca finalização e a gente teve a chance de fazer o segundo, o terceiro, o quarto gol até sofrer o de empate. Aí, jogaram em casa e ganharam por 3 a 0. A Venezuela não é um time pouco qualificado, muito pelo contrário, é um grupo com bons jogadores”, justificou o técnico da seleção.

Depois, Fernando Diniz enalteceu a força uruguaia no Centenário, até reconhecer que o Brasil ficou aquém do esperado. Naquele jogo, a seleção foi derrotada por 2 a 0 e ainda perdeu Neymar, que sofreu grave lesão no joelho esquerdo.

“Contra o Uruguai tivemos um jogo muito amarrado, muito tático. Não foi um jogo da maneira que eu gosto que o time jogue, mas o Uruguai foi um pouco disso. No primeiro tempo teve uma finalização do Uruguai, foi um jogo muito difícil. E o Uruguai é uma equipe muito forte jogando dentro de casa. Tem um centroavante do Liverpool, tem um zagueiro do Barcelona, tem um volante do PSG, segundo os analistas um dos melhores segundos volantes do mundo, que é o Valverde, tem o De la Cruz…”, enumerou Diniz. “Foi um jogo muito difícil, mas a gente precisa reconhecer que a equipe foi mal.”

Depois de fazer toda essa contextualização, o treinador declarou que “acredita muito que a equipe tem tudo para dar um salto agora”. Na coletiva, Diniz lembrou ainda que, com o passar do tempo, vai conhecendo melhor as características dos jogadores e que eles também passam a compreender melhor a ideia de jogo. Além disso, a seleção terá uma série de treinamentos na Granja Comary, em Teresópolis, antes dos dois próximos jogos, algo que não aconteceu até aqui.