Na meia hora final do pregão do câmbio nesta sexta-feira, 20, a T-Note de 10 anos renovava máximas e chegou a alcançar maior taxa em quatro anos, o que manteve a alta do dólar à vista no fechamento. A moeda fechou a R$ 3,4090, com valorização de 0,54%. Nesta semana, no entanto, o dólar acumulou queda, de 0,50%. No segmento à vista, o câmbio movimentou US$ 1,25 bilhão e, no futuro, negociava US$ 16 bilhões perto das 17h20.

O dólar registrou fortes ganhos globalmente hoje por conta da alta verificada com mais intensidade dos treasuries desde ontem, o que reforça as apostas em alta dos juros americanos. O T-Bond de 30 anos também renovou máximas durante todo o dia. Segundo um gestor, o mercado operou hoje com muita apreensão em relação ao cenário externo. “A T-Note de 10 anos já desde mais cedo se mostrava pronta para alcançar a taxa mais alta dos últimos anos. Várias moedas acabaram passando por uma reprecificação por conta disso”, ele disse. Nos Estados Unidos, a economia se mantém sólida lá, com muitos estímulos fiscais – a principal questão é a inflação futura.

O dia também foi alta do petróleo, com sinalizações de um acordo de cortes da produção global da commodity que inclui membros e aliados da Opep; e de declarações do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, em coletiva durante reunião do FMI. Goldfajn voltou a afirmar que o papel do BC é dar tranquilidade e evitar volatilidade além da conta, sem ligação com fundamentos”, ao referir-se sobre o câmbio. Ele citou “alguma volatilidade incipiente no mercado financeiro, que começou com o temor de alta da inflação nos EUA e depois veio com disputas comerciais”, apontou o presidente do BC, referindo-se a tensões envolvendo os governos de Washington e Pequim. Goldfajn repetiu que o Brasil está preparado para enfrentar um processo mais forte de incertezas nos mercados internacionais, pois tem muitos “amortecedores” para conter volatilidade. “Temos reservas elevadas, swaps cambiais baixos e pequeno déficit de contas correntes”, destacou.


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