Sobre uma pilha com mais de 341 mil cadáveres, sem nenhum plano do governo para resolver as crises sanitária e econômica, com pouca esperança de que as prometidas reformas se concretizem. Apesar desse cardápio indigesto, o presidente Jair Bolsonaro foi ovacionado em jantar com empresários na noite desta quarta-feira, dia 8, em São Paulo.

Negando convite a seus seguidores mais radicais no empresariado, como Luciano Hang (dono da Havan), Bolsonaro compartilhou taças e talheres com, entre outros, Rubens Ometto (Cosan), Claudio Lottenberg (Confederação Israelita do Brasil), Rubens Menin (MRV), Carlos Sanchez (EMS), André Esteves (BTG Pactual), Alberto Saraiva (Habib’s), José Roberto Maciel (SBT), Paulo Skaf (Fiesp), além do anfitrião, Washington Cinel, dono do grupo que leva seu sobrenome.

Embora temas como reformas estruturais tenham sido abordados durante o regabofe, a principal tônica, segundo os presentes, foi a vacinação no ritmo mais acelerado possível. Não houve detalhamento, porém, de como essa intenção vai virar realidade.

Segundo um empresário presente, Bolsonaro foi o último a falar. E teria sido “ovacionado” ao se comprometer com a imunização da população. Em sua fala, Bolsonaro acabou elogiando indiretamente o seu desafeto João Doria, ao destacar que o País tem duas fábricas próprias de vacina – uma da Fiocruz, no Rio de Janeiro, e outra do Instituto Butantan, em São Paulo.

O presidente também tentou instar os empresários a focar nos aspectos positivos do governo, e não apenas nos negativos. Muitos dos presentes devem ter coçado a cabeça nesse momento.

A aproximação entre empresários e Bolsonaro vem na esteira de uma carta, divulgada no fim de março, em que economistas e banqueiros cobravam uma mudança na condução do governo em relação à economia e ao combate à pandemia.

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