Apagão na Espanha ocorreu devido a ‘fenômeno de sobretensões’

O apagão que afetou a Península Ibérica em 28 de abril foi provocado por “um fenômeno de sobretensões” na rede que provocou “uma reação em cadeia” segundo os resultados de um relatório divulgado pelo governo espanhol nesta terça-feira (17).

“O apagão de 28 de abril teve uma origem multifatorial”, disse a ministra espanhola da Transição Ecológica, Sara Aagesen, em uma coletiva de imprensa.

“O sistema não tinha capacidade de controle de tensão dinâmica suficiente” naquele dia, acrescentou ela, detalhando que algumas empresas desconectaram suas centrais do sistema “de forma indevida (…) para proteger suas instalações”.

Segundo Aagesen, “uma vez iniciada esta reação em cadeia, as desconexões por sobretensão e sua tensão só teriam sido possíveis com uma enorme capacidade de regular a tensão (…) e justamente isso estava em falta no sistema”, explicou a ministra.

Essa incapacidade pode ter ocorrido por “vários motivos, seja por falta de planejamento, mas também porque diferentes operadoras não a estavam regulando de acordo com a norma”, acrescentou, insistindo no fato de que a Espanha teoricamente possui uma rede suficientemente sólida para enfrentar este tipo de situação.

Após o incidente, várias hipóteses foram apresentadas para explicar o incomum apagão nacional, incluindo um ataque cibernético, que foi rapidamente descartado pelas autoridades, e uma falha na rede causada por um excesso de produção de energias renováveis.

Estas hipóteses foram novamente descartadas na terça-feira pela ministra, que, no entanto, especificou que foram detectadas “vulnerabilidades” e “deficiências” no sistema de segurança da rede elétrica espanhola, para as quais serão propostas medidas corretivas.

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