SÃO PAULO, 7 ABR (ANSA) – Morreu nesta quarta-feira (7), aos 84 anos, o crítico literário, professor e escritor Alfredo Bosi, mais um vítima da pandemia de Covid-19 em São Paulo. Filho de mãe italiana e pai brasileiro, o paulista era considerado um dos maiores especialistas de sua área.   

Bosi ocupava a Cadeira n° 12, eleito em 2003, da Academia Brasileira de Letras (ABL), e, após se formar em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), ganhou uma bolsa de estudos de um ano e foi estudar na Universidade de Florença, na Itália, para aprimorar seu conhecimento entre 1959 e 1960.   

Mesmo que sua especialidade fosse a literatura italiana, o escritor também se dedicou à literatura nacional, publicando duas obras sobre o assunto. Entre os diversos prêmios que acumulou ao longo de sua vida, Bosi recebeu, em 1992, a medalha “Cristoforo Colombo”, dada pela Associação Ligures no Mundo aos estudiosos brasileiros da cultura italiana.   

O autor era casado e deixa dois filhos.   

“A tanta dor, soma-se a morte do admirável acadêmico Alfredo Bosi. Sou tomado de profunda emoção. Nem encontro palavras.   

Escrevo com olhos marejados. Bosi: um homem de profunda erudição, humanista inconteste, um homem que estudou o Renascimento e que o representou. Realizou uma abordagem nova da cultura do Brasil”, destacou em nota o presidente da ABL, Marco Lucchesi.   

Segundo o acadêmico, o paulista “sabia Dante e Machado, com a mesma intimidade, Gadda e Guimarães Rosa. Em tanta dor, essa que nos fere. Jamais relegou a segundo plano os direitos civis e as liberdades. Amado amigo, fraterno, radical”. (ANSA).