O ator Kadu Moliterno, que ficou conhecido nos anos de 1980 ao protagonizar a série ‘Armação Ilimitada’ (TV Globo) ao lado de André De Biase, nas peles de Juba e Lula respectivamente, falou sobre os desafios que tem encontrado na vida profissional nos últimos tempos.

Aos 71 anos, ele desabafou sobre a falta de oportunidades e de sua impressão de ter caído no esquecimento do público.

As declarações foram feitas em conversa para o site Heloisa Tolipan. Atualmente em cartaz com a peça ‘O Futuro da Humanidade’, no Rio de Janeiro, o ator falou sobre a desvalorização da arte no Brasil.

“Se eu tivesse nascido nos Estados Unidos, em volume de trabalho, eu poderia ser considerado um Robert de Niro. São mais de 34 novelas, seriados, shows, festivais… Se eu fosse americano, não precisaria mais trabalhar ou poderia escolher os meus trabalhos. No Brasil, é diferente. Pode-se ter 53 anos de carreira como eu e depender de trabalho”, lamentou ele, destacando a falta de reconhecimento do público.

“País sem memória. Para o Brasil, pouco importa que você tenha feito 34 novelas. As pessoas ainda me olham e perguntam quem sou eu”, comentou.

Em entrevista recente para o jornal O Globo, o ator já havia demonstrado seu contentamento com a desvalorização do artista em geral no cenário brasileiro.

“Não é uma questão exclusiva das artes cênicas. Aqui no Brasil, quando você faz 50 anos, independentemente do seu currículo, parece que você é deixado de lado. Isso é totalmente diferente do Japão, por exemplo, onde a experiência de vida é um atributo valorizado. Especificamente na minha área, sinto que o público sente a falta dos veteranos na televisão. Muitos não estão sendo aproveitados. Isso é muito ruim. Hoje em dia, a valorização é pelo número de seguidores que o artista tem. Acho que todo mundo deve ter a sua chance, incluindo os mais experientes”, declarou ele.

Kadu Moliterno está longe das telinhas desde 2019, quando integrou o elenco de Topíssima, produção da Record TV.