Existe uma idade limite para querer aprender coisas novas? Aos 57 anos, Enrique Diaz mostra que não. Dono de uma carreira de sucesso, com trabalhos como ator e diretor no teatro e TV, além de produções no cinema, o artista enxerga que ainda há um mar de oportunidades para se aventurar.
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“Eu estou encantado pelas possibilidades novas, por personagens novos. Eu tive uma trajetória também híbrida entre dirigir e atuar”, conta. No teatro, dirigiu peças como ‘Ensaio.Hamlet’, ‘In On It’, ‘As três Irmãs’ e ‘Cine_monstro’, já na TV, esteve por trás das novelas ‘A Regra do Jogo’ e ‘Joia Rara’.
“Fiquei 10 anos sem fazer teatro, e isso para mim é sempre muito novidade. Agora mesmo vai estrear daqui a pouco ‘Reencarne’, que é uma série em terror e suspense, que foi super desafiadora de fazer”, continua. “Então eu sempre acho que tudo é novo, de certa maneira”, conta.
“Mas eu tinha vontade de dirigir um filme. Não sei se ficaria fazendo isso sempre, mas como um objeto de experimentação. Todo o exercício de mudança de perspectiva, de que tipo de percepção você tem das coisas, é bem-vindo. Eu acho que seria legal.”
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A arte como meio de transformação
Em cartaz com a montagem ‘Férias’, o ator também aproveita para celebrar a parceria com a atriz Drica Moraes: “A gente se conhece desde… Ela tinha 13, 14 anos”, relembra.
“A gente namorou duas vezes, teve companhia de teatro, fizemos peças juntos depois que ela estava se recuperando da leucemia, inclusive com a minha ex-mulher. É uma história de amor mesmo, de parceria, de conhecimento.”
“É meio uma festa, muito emocionante. E ela até falou outro dia que a gente está parecendo duas crianças do primário, porque a peça é muito alegre de certa maneira”, completa.
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Paralelamente à peça, Diaz também está trabalhando com a produção ‘In on It’, que estreou em 2009 e volta aos palcos pela segunda vez. Em 2025, além de ser o responsável pela direção da montagem, o artista também chegou a atuar no projeto durante um tempo.
E, enquanto algumas pessoas poderiam se sentir pressionadas com o trabalho “duplo”, ele conta que se sente “vivo”.
“Acho muito interessante, porque tudo é sempre muito vivo. O teatro é uma coisa muito viva. Você está ali diante de um público que muda toda noite e cada vez que você faz a peça, ela te propõe novas possibilidades, melhorias, mudanças. O público está de um jeito, reage mais, reage menos, ri mais, ri menos”, afirma.
“É uma maneira que eu também fui aprendendo de lidar com as cenas e com as dramaturgias, que é de estar pensando permanentemente, não só sentindo ali como ator.”
Quanto a isso, Diaz conta que a arte, como um todo, possui o poder de renovação. De acordo com ele, essas manifestações criativas são responsáveis por sempre provocar algum tipo de sentimento nas pessoas, no sentido de uma possível identificação ou não.
“A ação artística e o pensamento de criação estão intrinsecamente em um movimento de transformação. Ela é sempre uma criação de realidade, de certa maneira. Acho que a realidade da gente é totalmente ficcional já, então a gente recria aquilo para não deixar estagnar.”
Fenômeno do cancelamento
No final de agosto, o ator viralizou com um vídeo em que aparece dando bronca em um fã após ter sido abordado bruscamente no aeroporto. Na ocasião, a atitude do admirador gerou debates sobre os limites entre respeito e a invasão da privacidade dos famosos.
Quando questionado se ele próprio se sentiu violado ou incomodado por esse fato, o ator explicou que a situação estava completamente sob controle e que, após aconselhar o fã, tudo transcorreu normalmente. Na sequência, destacou o fato do momento ter viralizado não ter relação com comportamento do seguidor.
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“Primeiro eu pensaria em todos os encontros que eu tive, pessoas que vêm falar do trabalho ou tirar foto, e são muitos. Mas casos desse tipo não tem praticamente, é muito raro. Aquilo ali que aconteceu, eu acho que fala muito mais sobre um sistema de cancelamento de hoje em dia dos meios de comunicação, de uma certa parte da imprensa que é mais sensacionalista e que fica tentando se apoiar nesse tipo de coisa”, declara.
“Acho que não fala tanto da relação dos fãs. Está tudo bem com os fãs, eles estão sendo muito delicados sempre, muito carinhosos. Eu adoro encontrar com as pessoas e tirar foto e ouvir o que elas têm para dizer. Naquele caso ali, acho que tem a coisa do oportunismo ali, que tinha gente gravando”, continua.
“A minha relação com os fãs continua maravilhosa. Está tudo bem. A questão é que as pessoas se deixam levar por esse ressentimento que é provocado pelas empresas de mídia, e eu acho isso uma tristeza.”
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*Estagiária sob supervisão