Aos 50, Ana Paula Arósio vive ‘Hilda Furacão’ nas redes socias e vira fenômeno

Em entrevista à IstoÉ Gente, especialista fala sobre sucesso repentino da produção

Reprodução/TV Globo
Atriz completou 50 anos Foto: Reprodução/TV Globo

Afastada das telonas há mais de uma década, Ana Paula Arósio, que está completando 50 anos nesta quarta-feira, 16, recentemente viralizou nas redes sociais com a icônica minissérie “Hilda Furacão” – em que ela dá vida à própria Hilda, da TV Globo. No TikTok, inclusive, a série de 1998 é um assunto bastante atual.

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Talvez um dos grandes objetivos das produções atuais, “Hilda Furacão” conquistou os internautas quase como do dia para a noite.

Nas plataformas mais acessadas pelo público jovem, como o aplicativo chinês, já virou rotina rolar pelo feed e encontrar os famosos edits – vídeos produzidos por fãs sobre algum tipo de conteúdo – da relação entre a personagem de Ana Paula Arósio, jovem que fugiu do próprio casamento para se torar prostituta, e Rodrigo Santoro como Malthus, frei que enfrenta a “tentação” de ser apaixonado pela jovem.

Hype internacional 

Talvez o mais curioso é o fato da minissérie ter virado fenômeno fora do Brasil. No TikTok, por exemplo, ao pesquisar pelo nome da produção, os primeiros vídeos que aparecem são em inglês.

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Além de comentários sobre a beleza dos dois atores, com certeza, o foco de grande parte dos internautas é a personalidade forte de Hilda Furacão e a indecisão de Malthus em seguir como sacerdote ou se entregar ao amor pela jovem.

@friarmalthus he’s so cute… he’s holding that flower like if it’s a baby… as if his life depends on it… the fact it’s a white flower because hilda said it reminds her of malthus before is making me violently sick to my core 😊 ⋆ #hildafuracão #hildafuracao #hildahurricane #novelas #novelasglobo #hildahuracan #rodrigosantoro #santomalthus #saintmalthus #friarmalthus #freimalthus #malthus #anapaulaarosio #anapaulaarósio #malthusehilda #hildafuracaoedit #foryou #fyp ♬ som original – friarmalthus

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A repercussão de “Hilda Furacão”

O professor Jack Brandão, especialista em imagens e doutor em Literatura pela USP, conversou com a IstoÉ Gente sobre o fenômeno em que a produção se transformou.

“É a questão da própria internet”, conta. “Vários recortes da minissérie foram postadas nas redes brasileiras e acabaram se espalhando pelas redes internacionais. E não se pode esquecer também que a ideia da relação entre um religioso e uma prostituta, é algo que chama muito a atenção. Para você viralizar com a rede que nós temos hoje, é muito fácil e muito rápido.”

“O streaming possibilita com que mais pessoas, ao correr do mundo, ao redor do mundo, possam ter acesso a algo que é exclusivo. A partir do momento que você lança a semente imagética, por exemplo, por meio do TikTok, ou do YouTube, do Shorts, do próprio Instagram, isso gera a vontade de buscar, de ir atrás.”

Ele conta que essa é a própria essência do streaming: o papel de reduplicar e difundir diferentes imagens e ideias para o público. O especialista ainda fala sobre o perfil de pessoas que repercutem os famosos edits nas redes. Embora não haja uma explicação exata, no caso de “Hilda Furacão”, segundo ele, trata-se, em geral, de pessoas que não seguem uma religião.

“Normalmente são pessoas mais jovens ou pessoas de certa idade que negam, por exemplo, a própria questão religiosa e buscam mostrar essas cenas para chocar e para mostrar exatamente a própria hipocrisia da sociedade.”

** Estagiária sob supervisão

Referências Bibliográficas

* Jack Brandão é especialista em imagens, doutor e mestre em Literatura pela USP, graduado em Letras e bacharel em tradução.