Já se passaram mais de 400 dias desde que disputou sua última partida: depois de treze meses sem competir e duas cirurgias no joelho direito, Roger Federer, que fará 40 anos em agosto, retorna em grande estilo no torneio de Doha que começa nesta segunda-feira.

“Aqui estamos (…) há um ano que não viajo para jogar um torneio. Posso dizer que estou muito impaciente. Também é o momento de agradecer a todos que tornaram isso possível”, disse Federer em um vídeo filmado em um aeroporto e publicado em sua conta do Twitter na sexta-feira à noite.

“Tem sido um caminho longo e difícil, sei que ainda não alcancei a meta. Mas me sinto bem, estou indo muito bem nos treinos, estou animado”, acrescentou.

O último jogo do suíço data de 30 de janeiro de 2020, nas semifinais do Aberto da Austrália contra Novak Djokovic.

Como ironia do destino, sua volta ao circuito acontece na mesma semana em que o sérvio bateu seu recorde de maior número de semanas como número 1 do mundo (311 para ‘Nole’ contra 310 do suíço).

– Ausência mais longa –

Em uma quadra de tênis, sua última aparição pública ocorreu em 7 de fevereiro de 2020, em um evento beneficente com Rafael Nadal na Cidade do Cabo, na África do Sul, diante de quase 52 mil pessoas, sem precedentes para uma partida de tênis.

Posteriormente, ele foi submetido a duas artroscopias no joelho direito, em fevereiro e maio de 2020.

O suíço de Basileia movimentou uma contagem regressiva nas redes sociais na última semana, enquanto a ATP criou uma hashtag, #RogerReturns, para a ocasião.

Em mais de vinte anos de carreira, Federer nunca havia ficado afastado por tanto tempo.

Seu maior hiato foi de seis meses entre julho de 2016 e janeiro de 2017, após uma primeira artroscopia do joelho esquerdo em fevereiro de 2016. Uma aposta bem-sucedida, já que venceu o Aberto da Austrália-2017 e Wimbledon seis meses depois.

Perto dos 40 anos – que ele vai completar no dia 8 de agosto – a pergunta que se faz é como Federer vai se recuperar desta vez. Ainda mais em um contexto restritivo de tênis em meio a uma pandemia que até agora é desconhecida por ele.

“A aposentadoria nunca foi uma opção. O importante é que eu não sofra e não me machuque. Estou muito feliz por voltar a jogar um torneio, não achei que fosse demorar tanto”, disse a lenda do tênis neste domingo, em entrevista coletiva.

– Evans ou Chardy na estreia –

Sua semana no Catar deve oferecer as primeiras respostas. Federer, número 6 no ranking da ATP, vai estrear no torneio contra o britânico Dan Evans (N.28) ou contra o francês Jérémy Chardy (N.64) na quarta-feira, mais cedo a priori.

Outros dois top-10, o austríaco Dominic Thiem (N.4) e o russo Andrey Rublev (N.8), além de quatro top-20 (Denis Shapovalov e Stanislas Wawrinka especialmente), aparecem no quadro.

“Tenho certeza de que ele treinou muito e com o tempo, se seu corpo estiver bem, ele voltará a jogar no mais alto nível. Mesmo que esteja um pouco pior fisicamente, apostaria no seu talento contra a maioria dos jogadores”, disse o britânico Andy Murray, que sofreu com várias lesões.

O suíço, com vinte títulos de Grand Slam – assim como seu grande rival Nadal – volta com ambição.

“Ainda quero conquistar grandes títulos”, disse ele em entrevista à rádio suíça SRF no início de fevereiro, afirmando que sua prioridade era Wimbledon, as Olimpíadas de Tóquio – em sua galeria de títulos só falta o ouro em simples – e o US Open. E disse também que queria “tentar voltar a jogar no saibro”.

E depois de Doha? Federer está inscrito em Dubai na semana seguinte, mas não em Miami, o primeiro Masters 1000 da temporada, no final do mês.

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