Ygor Coelho, carioca de apenas 19 anos, desbancou o experiente Daniel Paiola, de 26, e será o representante do Brasil no badminton nos Jogos do Rio. Quando o ranking olímpico fechar, daqui a duas semanas, Ygor será o primeiro brasileiro a se classificar para disputar uma Olimpíada. Irá ao Rio inclusive sem precisar do convite destinado ao país-sede.

No último domingo, Ygor, atualmente o 69.º colocado do ranking mundial, conquistou o título mais importante da sua curta carreira, no Challenger do Peru. Venceu na final o canadense Martin Giuffre, de quem Daniel Paiola perdeu ainda na primeira rodada.

Com o resultado, ganhou 4.000 para somar aos 23.845 que já tem. Daniel soma 17.685 e não vai subir na próxima atualização do ranking, na próxima quarta-feira, uma vez que o desempenho ruim no Peru será descartado entre seus 17 resultados nas últimas 52 semanas – só 10 contam para o ranking.

Até o fim do período de classificação, os dois só competem em mais um evento que vale pontos para o ranking mundial: o Campeonato Pan-Americano por Equipes, de 25 a 27 de abril, em Campinas (SP). Mas a competição distribuiu pontos correspondentes a 10% da pontuação de cada atleta no ranking, e não fará diferença na disputa entre eles. Ambos não se inscreveram para os torneios desta semana e o Campeonato Pan-Americano, de 28 de abril a 1.º de maio, também em Campinas, não conta para o ranking.

Pelos critérios de classificação para o Rio-2016, todos os atletas do Top 16 do ranking mundial vão aos Jogos (com limite de dois por país) e as demais vagas são distribuídas com limite de um por nação. Isso faz com que, considerando os descartes, Ygor ocupe atualmente a 33.ª de 36 vagas nos Jogos. Quando o ranking for atualizado, pode subir para por volta da 25.ª.

A Confederação Brasileira de Badminton (CBBd) não irá oficializar a classificação de Ygor para os Jogos até que o período de classificação se encerre, no dia 5 de maio, quando for publicada a última atualização do ranking. A entidade admite que Ygor não pode mais ser ultrapassado matematicamente. A convocação do melhor do ranking é mandatória.

FEMININO – Entre as mulheres, a disputa está disputadíssima. Lohaynny Vicente soma 22.993 pontos, contra 22.599 de Fabiana Silva. As duas caíram na estreia no Peru e, por conta dos descartes, não terão esse resultado considerado para o ranking mundial.

As duas competem Challenger do Taiti, a partir de quinta-feira. A conta é simples: quem for mais longe estará na Olimpíada. Se elas chegarem à mesma fase ou forem eliminadas de cara, a vaga será de Lohaynny. Como ela aparece em 34.º no ranking olímpico, corre o risco de precisar do convite para estar no Rio-2016.

A tabela do Taiti já é conhecida. Fabiana estreia contra quem vencer entre a belga Lianne Tan (66.ª do mundo) e a australiana Joy Lai (93.ª). Lohaynny começa uma rodada antes, contra a italiana Jeanine Cicognini (58.ª). Se passar, pega a russa Ksenia Polikarpova (48.ª).

Nas três competições por duplas (masculinas, femininas e mista), o Brasil não conseguiu classificação. A briga era pela vaga destinada às Américas, principalmente no feminino. As irmãs Lohaynny e Luana Vicente estão em 39.º, enquanto as americanas aparecem em 26.º lugar.