Os atletas mais bem ranqueados entrarão em ação neste sábado, a partir das 14 horas, no Mundial de Skate Street, que está sendo disputado em São Paulo, no complexo do Anhembi, em uma pista construída especialmente para esse evento que dá 80 mil pontos ao campeão no ranking olímpico. Os vencedores no masculino e no feminino darão um passo importante para representar seu país nos Jogos de Tóquio, em 2020.

Entre as 24 semifinalistas que buscam uma das oito vagas para a final de domingo está Rayssa Leal, de apenas 11 anos, um fenômeno da modalidade e que apesar da pouca idade já vem obtendo ótimos resultados internacionais. O mais recente foi o título da etapa de Los Angeles da SLS (Street League Skateboarding), em 2019.

Agora ela chama atenção nesse Mundial não só por causa do talento precoce, mas também pela legião de fãs que está atraindo. “Sou famosa nas redes sociais e também tem gente que me segue para ver as manobras. Na rua me param toda hora para tirar foto. Isso é legal, tem meninas que dizem que sou inspiração para elas. Fico muito feliz. Quando fico triste, isso me alegra”, contou ao Estado.

No Instagram, ela tem mais de 432 mil seguidores. Lá, conta um pouco de sua rotina e mostra manobras em cima do skate. Tudo vigiado de perto pelos pais. Sua mãe Lilian está sempre junto e viaja com ela para as competições. Na escola, a professora envia as tarefas para a família e ela se desdobra para estudar. “O que mais sinto falta é dos meus amigos na escola. E o que mais gosto é estar viajando e conhecendo lugares novos”, disse.

Rayssa é de Imperatriz, no Maranhão, e teve a vida transformada pelo skate. Tem bons patrocínios, como Monster, Nike e BV, e poderá disputar a Olimpíada, caso se classifique, porque não existe idade mínima para sua modalidade. Atualmente, está em segundo no ranking mundial, atrás apenas da amiga Pâmela Rosa, também brasileira. As duas estão à frente de Leticia Bufoni, considerada a melhor da modalidade, outra do Brasil.

“Eu comecei a andar com o apoio dos meus pais, mas muitas pessoas da minha família queriam que eu parasse. Comecei a andar com minha prima, mas ela parou por causa do preconceito. Eu nunca deixei isso entrar na minha cabeça, para não desanimar. Por isso digo para as outras meninas nunca desistirem dos sonhos, mesmo que ninguém dê apoio”, afirmou.

Para o Mundial de Skate Street, ela terá um skate especial. A própria atleta explica as suas escolhas de um jeito bem particular. “Gosto de um skate bem brilhoso. Ele é rosa, uma cor que amo, e quando bate a luz nele reflete o arco-íris”, contou a garota, que espera mais um bom resultado. “Minha expectativa é muito boa. Competir em casa será uma emoção muito grande e espero ter um bom resultado”.

MASCULINO – A disputa entre os homens também promete um grande equilíbrio. O principal nome do Brasil, que entrará direto na semifinal, é Kelvin Hoefler, seis vezes campeão mundial. Ele curtiu o estilo da pista e acha que poderá ter um bom resultado. “É um desafio, mas gosto de obstáculos grandes. Faz me sentir ainda mais em casa”, comentou.

Além dele, outras estrelas internacionais estarão presentes, como o japonês Yuto Horigome, que lidera o ranking olímpico, e Nyjah Huston (Estados Unidos) segundo colocado e maior campeão da SLS. Para as finais de domingo, todos os 8 mil ingressos foram vendidos antecipadamente (para sábado ainda restam poucos ingressos) e a arena montada no Anhembi estará lotada nos dois dias.