Guilherme Boulos, pré-candidato do PSOL à Presidência da República, participou nesta tarde de sabatina na redação de ISTOÉ. Boulos também é líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-teto (MTST) e aparece com média de 1% nas pesquisas de intenção de voto.

Ao ser questionado sobre a prisão do ex-presidente Lula, Boulos disse que lançaria mão do indulto. “Daria indulto a Lula, pois creio que a prisão dele é política”, afirmou. Boulos disse ainda que não há provas no caso do tríplex e que, em casos de outros políticos, não haveria indulto. “Nos casos de Cunha, Cabral e outros em que há provas, o indulto não seria aplicado”, disse o pré-candidato.

O pré-candidato do PSOL afirmou que lançaria mão de plebiscitos e referendos para que a sociedade opine sobre medidas tomadas pelo governo Temer. “Reforma Trabalhista, PEC do Teto de gastos, entrega do pré-sal para empresas estrangeiras foram algumas medidas deste governo que foram aprovadas sem a participação da população”, disse.

Atuação do MTST

Durante a sabatina, Boulos falou sobre a atuação do MTST. “Esses boatos de que o MTST cobra aluguel são fake news. Em acampamentos do MTST isso não ocorre”, afirmou. O candidato afirmou ainda que, em seu governo, faria desapropriações de imóveis públicos e com dívidas para resolver problemas de moradia. “Também não basta construir casas. Temos que quebrar a lógica e trazer os mais pobres para morar nas regiões centrais com programas sociais”, disse o pré-candidato.

Capacidade investimento do Estado

Durante a sabatina, Boulos defendeu o aumento do investimento público. O pré-candidato disse que há algumas formas de aumentar a capacidade de investimento do Estado. Uma delas é rever desonerações. “Não revogaria todas elas, muitas são necessárias. Mas no Brasil essas desonerações estão acima da média mundial. São concessões feitas a grandes empresas que diminuem a receita do Estado”, afirmou.

Outro mecanismo para aumentar a receita, segundo Boulos, seria uma reforma tributária. “Quem tem mais paga mais. Nossa reforma tributaria lucros e dividendos pagos por grandes empresas a seus acionistas. Isso é feito em 34 dos 35 países da OCDE”, disse o candidato.

Reforma da Previdência

Boulos disse ser contra a proposta de reforma da Previdência proposta pelo governo Temer, que qualificou como “inaceitável e criminosa”. Segundo Boulos, uma reforma mais adequada atacaria grandes privilégios. “Precisamos mexer nas distorções. Na cúpula dos poderes há muitas pessoas com aposentadoria especial, penduricalhos”, observou.

Na parte das receitas, Boulos afirmou que reveria medidas adotadas pelo governo Temer. “O governo Temer desviou recursos do PIS, Pasep e Cofins para outras finalidades, vamos rever isso”, disse.

Temas sociais

Boulos se declarou ainda a favor do direito do aborto para mulheres e das cotas raciais. “No caso das cotas, é uma reparação histórica que deve ser inclusive ampliada”, disse o candidato. O pré-candidato se declarou contra a redução da maioridade penal: “Nossas prisões, estão lotadas, mas a sociedade não está mais segura”, afirmou.

Sobre drogas, o candidato defendeu formas de regulação com critérios debatidos com a sociedade. “O que não se pode e pensar que a situação será resolvida na bala. Estão fazendo isso há anos e não deu certo”.

Veja a opinião do pré-candidato sobre a reforma tributária:

 

Assista à integra da entrevista

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