Pelo menos 67 rebeldes iemenitas e combatentes pró-governo morreram em confrontos intensos em torno da cidade estratégica de Marib nas últimas 24 horas, informaram fontes militares e médicas nesta segunda-feira (27).

“Cinquenta e oito insurgentes houthis e nove [combatentes] leais [ao governo] morreram em confrontos e bombardeios aéreos nas províncias de Marib e Shabwa”, disseram fontes militares à AFP, em balanços confirmados por fontes médicas.

A coalizão militar liderada pela Arábia Saudita, que apoia as forças leais ao governo do Iêmen desde 2015, realizou mais de 20 bombardeios, segundo fontes do governo.

Os rebeldes, próximos ao Irã, controlam grande parte do norte do Iêmen, incluindo a capital Sanaa, tomada desde 2014.

Os Houthis raramente relatam suas perdas nos combates.

Os combates em torno de Marib se intensificaram nos últimos dias, causando dezenas de mortos, em um contexto de impasse diplomático sobre um possível cessar-fogo.

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Cerca de 400 combatentes de ambos os lados morreram em setembro.

Desde fevereiro, os rebeldes tentam tomar o controle desta província rica em petróleo, localizada a cerca de 120 quilômetros da capital, e que é o principal reduto das forças leais ao governo no norte do país.

A perda de Marib seria um grande revés para o governo e a Arábia Saudita que o apoia.

Nos últimos meses, os houthis avançaram em direção a Marib em várias frentes, aproximando-se gradativamente da cidade.

A guerra no Iêmen, um país pobre da Península Arábica, estourou em 2014 após uma ofensiva dos houthis no norte.

A batalha de Marib agravou o conflito neste país mergulhado na pior crise humanitária do mundo, segundo a ONU, que alerta para o risco de fome em larga escala.

Cerca de 80% dos 30 milhões de habitantes do país dependem de ajuda humanitária, que não conta com o financiamento necessário.

Organizações internacionais consideram que a guerra causou dezenas de milhares de mortes e milhões de deslocados internos.

Enquanto a ONU e Washington pressionam pelo fim da guerra, os houthis exigem a reabertura do aeroporto de Sanaa, bloqueado pela Arábia Saudita desde 2016, antes de qualquer cessar-fogo ou negociações.

Os esforços da ONU nos últimos anos para interromper os combates foram em vão. “É imperativo que todos os esforços sejam feitos para relançar um processo político que possa fornecer soluções duradouras que atendam às expectativas de mulheres e homens iemenitas”, disse Hans Grundberg, o enviado sueco da ONU ao Iêmen, em um comunicado.

Mais de dois milhões de deslocados vivem em Marib, em 139 campos, um refúgio ameaçado pela ofensiva houthi.



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