05/12/2019 - 10:03
Ao menos 58 pessoas morreram no naufrágio de um barco na costa da Mauritânia, anunciou nesta quinta-feira a Organização Internacional para as Migrações (OIM) em um comunicado.
“É com enorme tristeza que anunciamos que durante uma de nossas patrulhas de segurança, nossas Forças Armadas e de segurança descobriram os sobreviventes do naufrágio de uma embarcação que naufragou”, informou o ministério do Interior da Mauritânia em comunicado.
“Trata-se, essencialmente, de imigrantes em situação irregular que tentavam chegar à Espanha provenientes de Banjul, na Gâmbia, segundo as primeiras informações recolhidas junto aos sobreviventes”, acrescentou o ministério.
O naufrágio aconteceu na quarta-feira cerca de 25 km ao norte da cidade de Nouadhibou, próximo da fronteira com o Saara Ocidental, informou à AFP uma fonte da segurança da Mauritânia.
“A embarcação se chocou com um rochedo no mar. Começou a entrar água e o motor parou de funcionar. Eles não estavam muito distantes da costa, mas as fortes ondas impediu-os de chegar à costa de barco”, de acordo com esta fonte.
“Eles não tinham mais comida a bordo, estavam com fome, estavam com frio, então abandonaram o barco e começaram a nadar”, explicou.
De acordo com um comunicado de imprensa da OIM, 83 passageiros conseguiram nadar até a costa. A embarcação havia zarpado de Gâmbia em 27 de novembro.
Os sobreviventes explicaram aos funcionários da OIM que pelo menos 150 pessoas, incluindo mulheres e crianças, estavam no barco.
“Sabemos que esta embarcação precária transportava entre 150 e 180 pessoas, incluindo mulheres e, sobretudo, jovens com entre 20 e 30 anos”, afirmou por sua vez o ministério mauritano em seu comunicado.
“Infelizmente, contabilizamos 58 mortos e 10 sobreviventes em situação que demanda atenção hospitalar de emergência. No total, 85 sobreviventes foram recolhidos e acolhidos de acordo a solidariedade humana, fraternidade e hospitalidade”, acrescenta o comunicado publicado em Nouakchott.
“As autoridades mauritanas cooperam de forma eficaz com as agências presentes em Nuadibu”, declarou Laura Lungarotti, chefe da missão da OIM na Mauritânia.
“Nossa prioridade é atender os sobreviventes e dar a ajuda necessária”, completou.
Os feridos foram levados para um hospital da cidade.
As autoridades mauritanas contactaram os serviços consulares de Gâmbia e se reunirão com o embaixador deste país na Mauritânia.
“Esta situação nos faz recordar a tragédia que causa o fenômeno da imigração clandestina, que dizima a juventude africana. Ela nos faz olhar para a necessidade de unir esforços para acabar com essa espiral mortífera”, considerou o ministério mauritano do Interior.