Ao menos 45 civis morrem na Índia e Paquistão em ataques mútuos

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Foto: REUTERS/Gibran Peshimam

ROMA, 8 MAI (ANSA) – A tensão entre a Índia e o Paquistão, que já estava alta desde 22 de abril, quando houve um atentado na Caxemira indiana, que matou 26 pessoas, se elevou ainda mais nas últimas horas: Islamabade acusou o país vizinho de ter atacado seu território através do lançamento da “Operação Sindoor”, levando a um contra-ataque. Ao menos 45 pessoas morreram dos dois lados.

Enquanto o Paquistão fala em 31 vítimas civis, incluindo crianças, e dezenas de feridos com mísseis aéreos, a Índia denuncia que cerca de 15 pessoas perderam a vida em seu território diante dos bombardeios paquistaneses.

O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, acusou a Índia de realizar ataques “covardes” e disse que seu governo tinha “todo o direito de responder com força a esse ato de guerra.

A escalada começou na noite entre terça (6) e quarta-feira (7), quando Nova Délhi anunciou ataques com mísseis contra nove localidades paquistanesas que hospedavam “infraestrutura terrorista, que estavam organizando e direcionando ataques contra a Índia”, disse o governo em um breve comunicado.

Mais tarde, o Paquistão afirmou que 24 ataques aéreos tiveram como alvo seis locais na Caxemira e no Punjab, a província mais populosa do país, na fronteira com a Índia, e alegou ter derrubado cinco jatos de Nova Délhi. O exército indiano, por sua vez, acusou as forças paquistanesas de lançarem “bombardeios de artilharia contra Bhimber Gali, na área de Poonch-Rajauri”, através da linha de demarcação na Caxemira.

“Justiça foi feita”, escreveu o exército de Modi em um vídeo no X, enfatizando que havia conduzido “uma ação concentrada e medida, sem qualquer intenção de escalada”.

Segundo o Paquistão, um dos ataques aéreos indianos atingiu uma mesquita em Subhanullah, no distrito de Bahawalpur, em Punjab ? que a inteligência indiana acredita estar ligada a grupos armados na Caxemira ? matando “13 civis, incluindo duas meninas de três anos”.

Este, que é o pior confronto entre os dois países nos últimos 20 anos, foi condenado por líderes internacionais.

“A União Europeia condena o terrorismo em todas as suas formas e manifestações. Os responsáveis devem ser levados à justiça. Instamos ambos os lados a exercerem moderação e tomarem medidas imediatas para acalmar os ânimos”, falou o porta-voz da Comissão Europeia, Anouar El Anouni, acrescentando que o bloco “recorda a necessidade de uma solução pacífica, negociada, mutuamente acordada e duradoura para o conflito”.

Já o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou estar “muito preocupado” com os ataques militares da Índia contra o Paquistão.

“O mundo não pode se dar ao luxo de um confronto militar” entre os dois países.

A declaração foi feita pelo porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, que enfatizou que “o Secretário-Geral está muito preocupado com as operações militares indianas ao longo da linha de controle e da fronteira internacional” e pediu “máxima contenção militar por parte de ambos os países”.

O vice-premiê da Itália e ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, também se manifestou, declarando que “espera que os episódios de hoje, ainda que graves, tenham sido apenas episódios”, sem perspectiva de escalada.

“Faremos todos os esforços para tentar convidar a Índia e o Paquistão a encontrar soluções que não levem a um agravamento da situação”, acrescentou o italiano, enquanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exigiu que as partes “parem os ataques”. (ANSA).