Ao menos 40 adolescentes foram libertados com medidas cautelares neste sábado (1º) na Venezuela depois de terem sido detidos durante a crise desencadeada após a questionada reeleição do presidente Nicolás Maduro, informou a ONG Fórum Penal, elevando para 56 as libertações de jovens.
“Pelo menos 40 adolescentes (presos políticos devido à situação pós-eleitoral desde 29 de julho) foram libertados hoje”, anunciou Alfredo Romero, advogado do Fórum Penal, na rede social X.
As libertações foram concedidas sob “medidas cautelares”, acrescentou o diretor dessa ONG, Gonzalo Himiob, e ocorreram em estados andinos como Mérida, Táchira (oeste); sua vizinha Lara; Portuguesa e Yaracuy (centro), além de Bolívar e Amazonas (sul).
Estas novas libertações somam-se a outras 16 ocorridas na quinta-feira no âmbito de medidas de apresentação em tribunal a cada oito dias.
Segundo registros do Fórum Penal, na Venezuela 114 adolescentes foram presos e acusados de crimes de terrorismo ou traição à pátria após os protestos contra a reeleição de Maduro nas eleições de 28 de julho em meio a denúncias de fraude da oposição.
As autoridades não se pronunciaram sobre as prisões desses adolescentes, mas confirmaram 2.400 detenções e, deste total, a Fórum Penal contabilizou 1.581 como “presos políticos”, embora continue recebendo denúncias e casos.
“O que fizeram é brutal (…), crianças de 13 anos, de 14 anos, e as levaram a presídios onde estão presos comuns”, denunciou nesta semana a líder opositora María Corina Machado.
Maduro dispôs de dois presídios de segurança máxima, Tocuyito e Tocorón, para a reclusão dos detidos. Os dois presídios estiveram durante anos sob o controle de quadrilhas criminosas até serem ocupados pelas forças de ordem em 2023.
Nesta semana, foram transferidos para estes presídios cerca de 700 detidos, segundo a ONG Observatório Venezuelano de Prisões, que denunciou “irregularidades” nas transferências.
As manifestações também deixaram 27 mortos e 192 feridos.
A Fórum Penal informou na quarta-feira que a Venezuela registra atualmente o maior número de “presos políticos” em quase 25 anos, com 1.780 detentos. Até 28 de julho, contabilizava 199 presos por motivos políticos.
ba/arm/mvv/aa