Ao menos 12 pessoas morreram e 33 ficaram feridas neste domingo (6) na explosão de uma bomba em um centro de registro de eleitores no leste do Afeganistão, indicaram autoridades locais.

A bomba explodiu em uma tenda utilizada como centro de registro eleitoral em uma mesquita, informou à AFP Abdul Hanan, chefe de polícia da província de Jost.

“Muitas pessoas que deixavam a mesquita se aproximaram da tenda para se registrar”, acrescentou.

O atentado causou 12 mortos e 33 feridos. Esses números podem aumentar, segundo o vice-diretor do serviço de saúde da província, Gul Mohammad Mangal.

“Alguns feridos estão em estado crítico e as ambulâncias continuam a levar pessoas para os hospitais da região”, acrescentou.

O ataque acontece seis dias depois de um duplo atentado que causou 25 mortos em Cabul, entre eles nove jornalistas, incluindo Shah Marai, chefe do serviço fotográfico da AFP.

A Comissão Eleitoral (IEC) reconhece que a violência e os atentados são o principal obstáculo para o bom funcionamento das eleições programadas para outubro, que serão as primeiras legislativas desde 2010.

Será também a primeira votação no país desde as eleições presidenciais de 2014, e acontecerá antes da próxima eleição presidencial em 2019.

Em 22 de abril, um atentado suicida reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) contra um centro de registro eleitoral em Cabul deixou cerca de 60 mortos.

Quatro dias antes, talibãs armados atacaram e incendiaram outro centro eleitoral na província oriental de Gor, e sequestraram três funcionários e dois policiais, que foram libertados no dia seguinte.

As autoridades instalaram 7.000 centros de registro com a intenção de registrar 14 milhões de afegãos adultos para que possam votar nas legislativas.

Em algumas províncias, as autoridades têm lançado panfletos de aviões, incentivando a população a se registrar.

A campanha na televisão e no rádio também tem sido muito intensa, e os funcionários públicos podem tirar um dia de folga para se registrarem.

Mas no sábado, três semanas após o início do processo que durará dois meses, o IEC contabilizava apenas 1,2 milhão de inscritos.

Por outro lado, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, anunciou no final de abril que a aliança apoiará as forças nacionais para garantir a segurança das eleições legislativas de outubro.

Tudo isso ocorre no momento em que o Talibã lançou sua ofensiva de primavera.

O grupo extremista islâmico recuperou muito terreno desde a retirada da coalizão internacional comandada pela OTAN no final de 2014.

Cerca de 13.000 soldados dos países da OTAN e seus aliados ainda estão no Afeganistão. str-emh-amj/amz/roc/jlb/me/age/mr