Dez pessoas morreram nesta segunda-feira (7) no Quênia durante manifestações que comemoravam um histórico movimento de protesto no país em 1990, anunciou a Comissão Nacional de Direitos Humanos do Quênia (KNCHR).
Em um comunicado, a KNCHR afirmou ter “documentado 10 mortes, 29 feridos, dois casos de sequestro e 37 detenções em 17 condados” de todo o país.
Também destacou a presença de “grupos criminosos que empunhavam armas rudimentares, como chicotes, porretes de madeira, facões, lanças, arcos e flechas” nas manifestações, e acrescentou que em Nairóbi, a capital, “foi possível ver esses grupos encapuzados agindo junto com policiais”.
As marchas anuais do Dia de Saba Saba, (sete sete, em português), comemoram o 7 de julho de 1990, quando os quenianos realizaram um levante para exigir o retorno à democracia multipartidária após anos de governo autocrático do então presidente Daniel arap Moi.
Na tarde desta segunda-feira, a AFP presenciou confrontos com grupos de policiais antidistúrbio que lançaram gás lacrimogêneo contra pequenos grupos, enquanto alguns manifestantes atiraram pedras nos agentes e realizaram saques destrutivos.
Muitos jovens quenianos, frustrados com o estancamento econômico, a corrupção e a brutalidade policial, voltaram às ruas, após protestos registrados no mês passado terem resultado em saques e violência, deixando dezenas de mortos e milhares de comércios destruídos.
Os manifestantes acusam as autoridades de pagar criminosos armados para desacreditar seu movimento, enquanto o governo comparou as manifestações a uma “tentativa de golpe de Estado”.
str-rbu/sbk/mba/liu/hgs/mb/lm/yr