Pelo menos 10 pessoas morreram em um incêndio que começou na madrugada desta sexta-feira (26) em uma pousada que funcionava como abrigo para pessoas sem-teto em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, informaram autoridades.

“Foram confirmadas dez vítimas e o local funcionava de forma irregular”, indicou a nota do Corpo de Bombeiros daquele estado.

“A perícia criminal está no local para identificar as vítimas e investigar as causas do incêndio”, acrescentou.

O governador do Estado, Eduardo Leite, disse na plataforma X estar profundamente consternado pela tragédia e indicou que as autoridades trabalham na identificação das causas do incêndio.

Nove pessoas socorridas foram levadas a um hospital da região, segundo a coordenadora da Defesa Civil de Porto Alegre, Bárbara Barbieri.

“Foi muito rápido, gritaram ‘fogo!’ e o fogo estava dois quartos ao lado do meu”, contou ao G1 um morador do abrigo, que não se identificou.

Os bombeiros chegaram ao local por volta de 2h00 e conseguiram controlar as chamas por volta de 5h00.

“Com tristeza e preocupação soube da morte de ao menos 10 pessoas em incêndio em uma pousada de Porto Alegre”, escreveu na rede social X o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se solidarizou com os familiares e amigos das vítimas.

O edifício de três andares foi parcialmente destruído, confirmou a AFP.

– Irregularidades –

O diretor da Defesa Civil de Porto Alegre, Evaldo Rodrigues de Oliveira, declarou que uma equipe está avaliando os danos nas estruturas do imóvel, que pertence a uma rede de pousadas populares da cidade gaúcha.

As autoridades municipais permitiram que outras pessoas que moravam no prédio retirassem alguns pertences e fossem levadas para outros abrigos.

Segundo os bombeiros, a pousada não possuía alvará de funcionamento nem plano de prevenção contra incêndios.

O deputado estadual Matheus Gomes afirmou que o estabelecimento recebe recursos da Prefeitura, apesar das denúncias de “irregularidades” existirem há anos.

“É preciso investigar não só o incêndio, mas toda a trama de uma tragédia anunciada”, afirmou no X.

Em 2013, um incêndio na boate Kiss, na cidade de Santa Maria, também no Rio Grande do Sul, deixou 242 mortos.

A maioria das vítimas morreu asfixiada pela fumaça tóxica emitida pelo material inflamável da cobertura do local, que não tinha extintores funcionando e contava com apenas duas portas para retirar a multidão, segundo a investigação.

Quase nove anos depois, a Justiça condenou os quatro acusados pelo incidente a penas de prisão entre 18 e 22 anos, mas as sentenças foram posteriormente anuladas.

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