Ao menos 10 mortos e 567 presos em manifestações antigovernamentais no Quênia

Dez pessoas morreram e mais de 500 foram detidas nesta segunda-feira (7) no Quênia durante manifestações para comemorar um histórico movimento de protesto no país em 1990, anunciaram a Comissão Nacional de Direitos Humanos do Quênia (KNCHR) e a polícia.

Em um comunicado, a KNCHR afirmou ter “documentado 10 mortes, 29 feridos, dois casos de sequestro e 37 detenções em 17 condados” de todo o país.

Além disso, mais de 500 pessoas foram presas nos protestos, indicou o Serviço da Polícia Nacional (NPS).

O porta-voz da NPS, Michael Muchiri, afirmou que durante as manifestações “alguns indivíduos estavam determinados a realizar atos ilegais” e até mesmo criminosos, por isso foram feitas 567 detenções.

A KNCHR também destacou a presença de “grupos criminosos que empunhavam armas rudimentares, como chicotes, porretes de madeira, facões, lanças, arcos e flechas” nas manifestações, e acrescentou que em Nairóbi, a capital, “foi possível ver esses grupos encapuzados agindo junto com policiais”.

As marchas anuais do Dia de Saba Saba, (sete sete, em português), comemoram o 7 de julho de 1990, quando os quenianos realizaram um levante para exigir o retorno à democracia multipartidária após anos de governo autocrático do então presidente Daniel arap Moi.

Jornalistas da AFP presenciaram confrontos com grupos de policiais antidistúrbio que lançaram gás lacrimogêneo contra pequenos grupos.

Alguns manifestantes atiraram pedras nos agentes e realizaram saques destrutivos.

Muitos jovens quenianos, frustrados com o estancamento econômico, a corrupção e a brutalidade policial, voltaram às ruas.

No mês passado os protestos resultaram em saques e violência, deixando dezenas de mortos e milhares de comércios destruídos.

Os manifestantes acusam as autoridades de pagar criminosos armados para desacreditar seu movimento, enquanto o governo comparou as manifestações a uma “tentativa de golpe de Estado”.

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