O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quinta-feira (3) o combate às mudanças climáticas como uma das prioridades de seu mandato pro tempore à frente do Mercosul.
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A declaração foi feita durante a 66ª Cúpula de Chefes de Estado do bloco sul-americano, realizada em Buenos Aires, na Argentina, e na qual o petista também afirmou que a repetição de eventos extremos, como as secas e enchentes na região, expõem a “falácia do negacionismo climático”.
O presidente da Argentina e anfitrião do encontro, Javier Milei, já negou a existência de uma crise no clima do planeta e definiu o aquecimento global como “mentira do socialismo”.
“As consequências do aquecimento global já se fazem sentir no Cone Sul. A região sofre com estiagens e enchentes que causam perdas humanas, destruição de infraestrutura e quebras de safra”, disse Lula, que receberá a COP30 em Belém, no Pará, em novembro.
“O Brasil reduzirá suas emissões entre 59% e 67% até 2035 em todos os setores econômicos, abrangendo todos os gases de efeito estufa. Na COP30, em Belém, teremos a chance de mostrar ao mundo as soluções que vêm da América do Sul”, acrescentou o presidente, citando o lançamento do programa “Mercosul Verde”, voltado ao fortalecimento da agricultura sustentável na região.
“Nossa cooperação promoverá padrões comuns de sustentabilidade, mecanismos de rastreabilidade e inovações tecnológicas. Precisamos de ímpeto renovado para recuperar nossa capacidade industrial com responsabilidade ambiental. A América do Sul tem tudo para ser o coração desse processo. Já temos matrizes energéticas mais limpas que outras regiões e contamos com algumas das maiores reservas de minerais críticos do mundo”, destacou.