A ligação com o futebol rende até hoje grandes histórias e amizades na vida de Fagner. No entanto, um encontro com um amigo ligado tanto ao esporte quanto à música acabou não se concretizando por completo. Convidado do “De Casa Com o LANCE!” nesta segunda-feira, o cantor revelou que planejou a gravação de número musical com o jornalista Rodrigo Rodrigues, que morreu em 28 de julho, aos 45 anos, vítima de trombose venosa cerebral decorrente de complicações da COVID-19.

– Quem havia nos deixado em contato foi o Zeca Baleiro. Quando Rodrigo me contactou pelo WhatsApp, não paramos de nos falar mais. A gente combinava o encontro e não botei voz em nenhuma das músicas que a gente planejou – e em seguida detalhou:

– A primeira que pensamos foi “Moon River” e a outra era a “Tocando Em Frente”. Eu ia protelando, dizia: “vamos gravar no seu estúdio”. Era uma coisa incrível a estrutura que ele tinha na casa. E ele dizia, brincando: “você está me enrolando…”. Quando soube, sofri e chorei como se ele fosse um irmão. Ele era um cara espetacular, transmitia uma arte uma leveza… – completou.

O cantor foi categórico ao falar sobre o baque que sentiu com a partida de Rodrigo Rodrigues e a comoção em torno do jornalista.

– Essa pandemia levou uma unanimidade, o símbolo de uma pessoa querida por todos – disse.

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O cantor e compositor falou sobre quem contribuiu muito na sua paixão pelo futebol e, em especial, pelo Fortaleza.

– Minha paixão não só pelo futebol como também pela música aconteceu graças ao irmão Fares Lopes (ex-dirigente da Federação Cearense de Futebol). Eu nasci fora do tempo e ele era um grande seresteiro. Inclusive, estou fazendo um disco em homenagem a ele. Existe uma taça em homenagem ao Fares, a Copa Fares Lopes, que classifica uma equipe cearense para a Copa do Brasil. Aí desde garoto eu também acompanhava o Fortaleza no Pici. Eu me espelhava nele (Fares Lopes) como dirigente – declarou.

Fagner e Zico - Batuquê de Praia

Amizade com o Galinho rendeu compacto (Divulgação)

TREINO COM A SELEÇÃO DE 1982 E AMIZADE COM ZICO

Fagner também recordou com carinho a forma como vivenciou a participação da Seleção Brasileira que disputou a Copa de 1982.

– Eles estavam perto de Parador de Carmona (em Sevilha), era um quartel general. Fui o primeiro não-militar a poder entrar naquela concentração – disse.

O cantor lidou com uma situação inusitada graças ao técnico Telê Santana.


– O Telê me botou para treinar. Era jogo de dois toques. Fui bem, fui bem… Mas eu era banco, aquele time era demais (risos)… – brincou.

O compositor ainda frisou que deixou de fora da concentração o fato de ser músico.

– Nunca toquei nada na concentração. Fui com espírito de jogador. Eles até reclamavam: “pô, não vai cantar?”. Eu ia a pedido do Gilberto Tim, preparador da Seleção, para estimular a fazer alongamento. Nunca peguei no violão, tanto em 1982 quanto em 1998, não achava legal. Achava que estimular o time era o certo. Tinha de ajudar a fazer com que eles dessem algo a mais – afirmou.

Fagner ainda relembrou a amizade com o seu compadre Zico, que rendeu um compacto.

– Foram duas músicas na época da Copa. A “Batuquê de Praia”, que é uma música carnavalesca, e “Cantos do Rio”, uma música muito feliz que ele também gosta. Fizemos até em uma “live” com Junior… – disse.

Porém, o cantor é taxativo ao escolher uma música de seu repertório (e de autoria de Gonzaguinha) para definir a carreira do Galinho.

– “Guerreiro Menino” faz parte da história do Zico. Acompanhei ele nos melhores e nos piores momentos. Ninguém ofusca o Zico! E olha que tinha Platini, Rumennigge, Paolo Rossi… Além disto, essa música simboliza as lutas pelas quais o Zico passou. Sou testemunha delas, isto aumenta ainda mais a admiração por ele. Nunca chiou, sempre foi um exemplo. É uma música que tem tudo a ver com ele – garantiu.

Sua ligação com jogadores de todas as épocas faz com que o trabalho da Fundação Raimundo Fagner seja divulgado no meio do futebol.

– É um projeto que começou em Orós, minha terra natal. A fundação foi espelhada no Projeto Ayrton Senna, um cara que conheci, assim como conheci a Vivianne Senna. Terminamos fazendo esta fundação que tem o apoio do Café Três Corações e de outras empresas. Depois fomos para Fortaleza. O objetivo é tirar as crianças do ócio, oferecer ensino e também as artes, especialmente a música – declarou.

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