Atualmente sem clube, o técnico Adilson Batista falou sobre sua última passagem pelo Cruzeiro, que começou na iminência do rebaixamento do clube no Brasileirão de 2019. O treinador chegou após a saída de Abel Braga com a missão de tentar salvar a Raposa, o que não foi possível.

Após o fim da temporada e com o rebaixamento inédito definido, o treinador chegou a ter a demissão anunciada, mas ficou, até sair definitivamente em março de 2020. Em entrevista ao ‘De casa com o LANCE!‘, o treinador comentou o momento conturbado do clube e a dificuldade de montar uma estratégia para a série B, com as inúmeras mudanças na gestão e no elenco.

– Achei que faltou respeito comigo. Fui a convite do Zezé Perrella, fui para uma batalha difícil, para tentar ajudar, mesmo sabendo das dificuldades. Fiquei porque mudou muita coisa desde o final do ano. Fiz uma reunião em dezembro e era um grupo, em janeiro era outro grupo e depois já era um grupo gestor que não fez nenhuma reunião para definir metas. Treinei com três atletas, depois 15 atletas… Depois teve atletas entrando com processo na Justiça, teve dias que treinei um atleta e depois ele estava saindo. Fiquei muito triste. Trabalhamos com 90% do elenco renovado, sendo 80% jovem. Até a quarta rodada a gente era líder, depois perdemos duas rodadas e acabou sobrando para mim. O intuito era levar até maio e depois pensar nas contratações – destacou.

– O objetivo era lá na frente para subir. Engraçado que depois que saí já estão emprestando os meninos. Agora que chegou os reforços vai conseguir o acesso. Fiquei triste porque faltava comando. Eu dizia que o Cruzeiro precisava de um presidente e agora o Cruzeiro tem presidente, as coisas vão melhorar e o Cruzeiro vai subir. Mas você fica triste porque você gosta do clube, tem respeito ao clube, e acho que não agiram com respeito comigo – completou.

Batista ainda culpou o conselho de gestão do clube no processo que culminou com a perda de seis pontos do clube na série B deste ano pela falta de pagamento referente à dívida do clube com o Al Wahda, pelo empréstimo de seis meses do volante Denilson.

– Temos que entender as vezes o processo político. Sou amigo dos Perrella’s e do Pedro Lourenço, do Supermercado BH. Os gestores (integrantes do Conselho que administra o clube), na realidade, não põe dinheiro. Se colocassem dinheiro, não tinham deixado de pagar R$ 5 milhões da multa do Denílson na Fifa, onde o Cruzeiro perdeu seis pontos. O Pedro saiu e eles deixaram de pagar. O Pedro voltou e vai pagar uma multa de R$ 11 milhões. Eu estava de um lado político onde estava incomodando – disse.

Apesar de todas as dificuldades financeiras e de gestão, Adilson tem certeza que o Cruzeiro conseguirá o acesso para a série A de 2021.

– Pela força, pela grandeza, pela torcida, pela camisa, pela tradição… O Cruzeiro merece. Estarei sempre na torcida para que volte e retome o seu devido lugar, e se organize novamente – concluiu.


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