SÃO PAULO, 9 SET (ANSA) – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou nesta quarta-feira (8) uma cronologia das ações que culminaram na suspensão da partida entre Brasil e Argentina, na Neo Química Arena, em São Paulo, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022.

+ Messi exalta título da Copa América sobre Brasil: ‘Nos tratavam como fracassados’

+ Torcedor de 14 anos viraliza e quer que Chay faça dancinha do Fogão

+ Com dupla Neymar e Gabigol, Tite quer equipe mais incisiva

A linha do tempo mostra detalhadamente todo o processo, desde o envio de uma declaração de saúde dos jogadores argentinos, entre 21h26 e 23h16 da última quarta-feira (1º), até as notificações assinadas pelos policiais federais sobre a recusa do recebimento.

A Anvisa, por sua vez, não mostrou na cronologia nenhuma prova de que os quatro jogadores da seleção da Argentina envolvidos no caso mentiram para entrar em território brasileiro.

O jogo entre Brasil e Argentina foi interrompido após agentes da Anvisa terem ido ao gramado para exigir a deportação de quatro atletas argentinos que teriam mentido no formulário sanitário anti-Covid na entrada no país.

Segundo a agência, Giovani Lo Celso, Emiliano Buendía, Emiliano Martínez e Cristian Romero, que atuam no futebol inglês, não informaram que tinham passado pelo Reino Unido e, assim, não cumpriram uma quarentena obrigatória de 14 dias em solo brasileiro.

Na última sexta-feira (3), 12 horas depois da chegada do voo com a delegação da Argentina, a Anvisa analisou os rumores de que quatro atletas estariam descumprindo as medidas sanitárias. Na sequência, a Coordenação Regional da agência em São Paulo foi comunicada sobre uma eventual prestação de informações falsas pelos atletas.

No dia seguinte, véspera do confronto, a Anvisa informou que um relatório da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo constatou que os jogadores entraram no país sem fornecer informações verídicas sobre a nação de origem.

Posteriormente, em uma reunião, o chefe de equipe da Argentina foi notificado, bem como membros da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Um relatório do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) de São Paulo concluiu que iria proceder com a autuação dos integrantes da seleção albiceleste por não cumprirem a medida de permanecer isolados no hotel. Por volta das 20h24, a entidade enviou o texto à Anvisa e ao Ministério da Saúde.

Na data do confronto, a pasta encaminhou uma nota avaliando os riscos de que os argentinos estivessem contaminados com o coronavírus Sars-CoV-2. A Anvisa, por sua vez, comunicou a Polícia Federal (PF) sobre o descumprimento e recebeu o retorno de que a delegação da Argentina estaria indo para a Neo Química Arena. Às 14h20, os agentes da agência deixaram o aeroporto de Guarulhos e foram até o local do jogo.

Menos de uma hora depois, agentes da Anvisa e da PF chegaram no estádio para entregar as notificações para os atletas argentinos, mas elas foram recusadas, tendo os membros da PF como testemunhas. (ANSA).