SÃO PAULO, 17 JAN (ANSA) – Começou às 10h10 deste domingo (17), com transmissão ao vivo, a reunião da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que decidirá sobre o uso emergencial no Brasil de duas vacinas contra o novo coronavírus.   

Os imunizantes sob escrutínio da Anvisa são os da Universidade de Oxford/AstraZeneca e o do laboratório chinês Sinovac, a Coronavac.   

Ambos serão produzidos no Brasil, respectivamente, pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ligada ao Ministério da Saúde, e pelo Instituto Butantan, entidade do governo do estado de São Paulo.   

A decisão será tomada por maioria simples em uma votação entre cinco diretores nomeados pelo presidente Jair Bolsonaro: Antônio Barra Torres, Meiruze Sousa Freitas, Cristiane Rose Jourdan Gomes, Romison Rodrigues Mota e Alex Machado Campos.   

Os diretores vão analisar pareceres relativos ao registro de medicamentos, a boas práticas de fabricação e ao monitoramento das vacinas no mercado. Se liberados, os imunizantes terão de ser distribuídos no sistema público de saúde e não poderão ser comercializados.   

Eficácia – A Coronavac apresentou eficácia de 50,38% nos ensaios clínicos de fase 3 conduzidos no Brasil, o que significa que a vacina reduz pela metade o risco de se contrair o novo coronavírus.   

Já o imunizante de Oxford/AstraZeneca apresentou eficácia média de 70,4%, segundo estudo preliminar publicado na revista científica The Lancet no início de dezembro.   

No entanto, os dados foram alvos de questionamentos porque o regime de maior eficácia (90%), feito com meia dose seguida de uma dose completa no intervalo de pelo menos um mês, é fruto de um erro na dosagem e não foi aplicado em pessoas com mais de 56 anos.   

O regime de duas doses completas apresentou eficácia de 62%.   

Vetores – A Coronavac utiliza uma versão inativada do coronavírus Sars-CoV-2 que, ao ser apresentada ao sistema imunológico, estimula a produção de anticorpos. Esse vírus inativado não consegue se reproduzir nem é capaz de causar a doença.   

Já a vacina de Oxford/AstraZeneca utiliza um adenovírus que provoca resfriado em chimpanzés e inofensivo para humanos contendo a sequência genética responsável pela codificação da proteína “spike”, usada pelo Sars-CoV-2 para atacar.   

Essa sequência genética instrui as células humanas a produzirem a proteína, que será reconhecida como agente invasor pelo sistema imunológico e estimular a geração de anticorpos. Os dois métodos são os mais tradicionais na produção de vacinas. (ANSA).